Ao retirar prerrogativas dos parlamentares, Maia beneficia diretamente o governo (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 14h06.
São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), condenou hoje as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que questionou a sexualidade da presidente Dilma Rousseff na quinta-feira, 24, em plenário. "Ele não pode extrapolar da forma que ele extrapolou desta vez e mais uma vez", criticou o petista. Maia avisou que se o processo por quebra de decoro parlamentar contra Bolsonaro chegar às suas mãos será encaminhado para a Corregedoria da Casa.
Bolsonaro criou nova polêmica ao falar sobre a inclusão do combate à homofobia nos currículos escolares e acrescentar no discurso que "o kit gay não foi sepultado ainda. Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma. Mas não deixe que essa covardia entre nas escolas de 1º grau".
Durante almoço-debate promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo, Maia defendeu que o homem público tenha "o direito de falar o que pensa, mas cabe sempre passar o bom exemplo". "Precisamos ter uma atuação afirmativa para termos boas práticas de convivência social. Toda prática de segregação tem que ser banida. E ele extrapolou e tem sido desrespeitoso com as pessoas, e agora com a presidenta Dilma Rousseff".
Maia disse que é preciso discutir na Câmara os "limites" dos deputados e definir o que eles podem ou não falar publicamente. Quanto a Bolsonaro, Maia pretende conversar com o parlamentar para evitar novos episódios como este. Perguntado pelos empresários se daria uma carona ao deputado Jair Bolsonaro ou ao deputado Tiririca (PR-SP), Maia respondeu que preferiria Tiririca. "Convidaria primeiro o Tiririca para ir comigo, mais por uma questão ideológica", brincou o presidente da Câmara. "Bolsonaro é um deputado polêmico e muito contundente", completou.