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Maia deve rejeitar pedidos de impeachment, diz deputado

Darcísio Perondi (PMDB-RS) afirmou que o questionamento de aliados é normal, mas que Temer é habilidoso no diálogo com parlamentares

Rodrigo Maia: é prerrogativa do presidente da Câmara dos Deputados analisar a admissibilidade dos pedidos (Agência Brasil/Agência Brasil)

Rodrigo Maia: é prerrogativa do presidente da Câmara dos Deputados analisar a admissibilidade dos pedidos (Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2017 às 17h49.

Última atualização em 18 de maio de 2017 às 17h50.

Brasília - O vice-líder do governo na Câmara, Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse nesta quinta-feira, 18, que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve rejeitar todos os pedidos de abertura de processo de impeachment contra o presidente Michel Temer.

É prerrogativa de Maia analisar a admissibilidade dos pedidos. "Ele, com certeza, vai rejeitar todos os pedidos", disse Perondi.

O peemedebista afirmou ainda que o questionamento de aliados é normal, mas que Temer é habilidoso no diálogo com parlamentares.

Sobre o PSDB especificamente, Perondi disse que "é óbvio que o partido tem dúvida, mas está firme no governo". "É o Brasil dos novos tempos."

Mesmo que os tucanos desembarquem do governo Temer, Perondi garantiu que o PMDB seguirá no poder.

Um dos parlamentares mais próximos ao presidente, Perondi disse ainda que Temer está indignado com as acusações e angustiado. "Como não ficar angustiado num momento desses?", questionou.

"Moleque"

O vice-líder do governo na Câmara chamou o empresário Joesley Batista de "moleque" e "brasileiro escroto".

Joesley Batista, um dos donos da JBS, gravou conversa com Temer em que o presidente teria dado o aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nas investigações da Operação Lava Jato.

"Ele é um moleque, um brasileiro escroto", disse Perondi, logo após o pronunciamento do presidente, que afastou a possibilidade de renúncia ao cargo.

De acordo com o vice-líder do governo na Câmara, Temer sequer cogitou a hipótese de deixar o posto. "Parece-me que ele tentou comprar a República", acrescentou, buscando ligar Joesley aos governos do PT.

Perondi afirmou que o andamento das reformas trabalhista e da Previdência não muda e que elas são uma necessidade.

"Estamos quase chegando aos números para aprovar a reforma da Previdência na Câmara", ressaltou. "Talvez, as reformas ameacem os poderosos", acrescentou.

Nesta quinta-feira mais cedo, porém, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) suspendeu o calendário da reforma trabalhista. A previsão era apresentar o relatório na terça-feira, 23.

"Isso é normal, a reforma trabalhista vai atrasar só um pouquinho", afirmou o vice-líder do governo na Câmara.

Perondi buscou explicar como Joesley Batista se reuniu com Temer no Palácio do Jaburu, conforme mostraram as delações e foi confirmado pelo presidente nesta quarta-feira em nota oficial e nesta quinta em pronunciamento.

"Esse empresário tentou agenda com Temer durante 60 dias e ele não quis recebê-lo. Aí, ele descobriu o telefone particular de Temer", disse.

"Ele atendeu, Temer atende a todos. Gentil que é, ele disse: 'Venha cá'. Com certeza, foi uma cilada", continuou.

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