Maia: presidente da Câmara comentou ataques feitos por Hans River do Rio Nascimento (Will Shutter/Agência Câmara)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 11h13.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu nesta quarta-feira, 12, aos ataques feitos por Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário da empresa de marketing digital Yacows, à jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de S. Paulo durante CPI Mista das Fake News. "Dar falso testemunho numa comissão do Congresso é crime. Atacar a imprensa com acusações falsas de caráter sexual é baixaria com características de difamação. Falso testemunho, difamação e sexismo têm de ser punidos no rigor da lei", disse Maia no Twitter.
Na terça, Nascimento disse que a jornalista "queria sair" com ele em troca de informações para uma reportagem. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou em seguida não duvidar de que ela "possa ter se insinuado sexualmente".
Entidades repudiaram as declarações de Nascimento e de Eduardo Bolsonaro. "É lamentável que um depoimento em CPMI repleto de inverdades seja usado para atacar a honra de uma repórter que fez o seu trabalho de trazer à luz práticas eleitorais questionáveis", disse o presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Marcelo Rech. "A tentativa de intimidar e deslegitimar o jornalismo profissional é uma das práticas típicas de autocracias."
Em 2018, Patricia publicou reportagem sobre a ação de empresas que faziam disparos em massa no WhatsApp para influenciar o voto nas eleições presidenciais. A Yacows era uma delas.
Nota assinada pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e outras entidades diz que a "linha que ele (Hans Nascimento) cruzou é a de mentir escancaradamente em uma instância em que a mentira é considerada crime". "Seguiremos atentos de que as devidas medidas judiciais sejam tomadas."
Presidente do Repórteres Sem Fronteiras, Emmanuel Colombié criticou a postura de Eduardo. "A atitude incendiária do deputado Eduardo Bolsonaro é totalmente indigna, é inaceitável", disse ele.
Nesta quarta, mais de 2,4 mil mulheres jornalistas assinaram manifesto de apoio à repórter no qual repudiam as acusações do depoente feitas "sem apresentar qualquer prova". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.