Geddel: a PGR quer o monitoramento com tornozeleira eletrônica para Lúcio e Marluce (Valter Campanato/EBC/FotosPúblicas/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 17h38.
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB) e sua mãe, Marluce Vieira Lima, voltaram a pedir ao Supremo Tribunal Federal para que não acolha pedido da Procuradoria-Geral da República, que requer cautelares contra o peemedebista e sua genitora. Ambos foram denunciados pelo bunker dos R$ 51 milhões em Salvador. Na acusação, a procuradora-geral, Raquel Dodge, já pedia recolhimento noturno a Lúcio e prisão domiciliar para Marluce.
No último dia 15, a chefe do Ministério Público Federal voltou a pedir medidas cautelares para o parlamentar e sua mãe. Raquel solicitou Lúcio Vieira Lima em recolhimento domiciliar, com fiança de 400 salários mínimos e ressaltou:"A propósito, só em patrimônio, ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral, nas eleições de 2014, o equivalente a R$ 7.720.882,46 (sete milhões, setecentos e vinte mil, oitocentos e oitenta e dois reais e quarenta e seis centavos)".
Já para Marluce, a procuradora-geral pediu prisão domiciliar, fiança - também de 400 mínimos - e proibição "de manter contato, receber em casa ou usar para fins pessoais secretários parlamentares do filho deputado, notadamente Milene Pena e Roberto Suzarte".
A ambos, Marluce e Lúcio, Raquel quer o monitoramento com tornozeleira eletrônica.
A procuradora-geral sustentou ao Supremo que as medidas são necessárias já que investigações da Polícia Federal encontraram novos delitos a serem investigados, como a suposta lavagem de dinheiro com "gado de papel" e a compra de maquinário fantasma para as fazendas da família.
O advogado Gamil Foppel, defensor da genitora, de Lúcio e Geddel, afirmou que "trata-se de reprodução de fatos já constantes da primeira manifestação e a invocação de vazios, insubsistentes elementos constantes de Relatório de Análise de Material Apreendido elaborado por um agente de Polícia Federal, que acha que pode haver indícios de lavagem de dinheiro, sem sequer descrever qualquer das elementares típicas do delito".
"Cumpre dizer, ainda, que a peticionária sequer foi intimada pela Procuradoria-Geral da República ou pela Polícia Federal acerca dos insubsistentes elementos invocados pelo Parquet, a demonstrar, mais uma vez, o solene desprezo pelo esclarecimento dos fatos", afirmou.
A denúncia foi feita em dezembro de 2017 pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no âmbito da Tesouro Perdido. Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima e o empresário Luiz Fernando Machado Costa Filho são acusados de associação criminosa e lavagem de dinheiro.