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Maduro autoriza e empresa vai buscar oxigênio para hospitais do Amazonas na Venezuela

O chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, disse que conversou nesta quinta-feira, 14, com o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), após o sistema público entrar em colapso no Estado

"Solidariedade latino-americana antes de tudo!", disse o ministro Arreaza (Bruno Kelly/Reuters)

"Solidariedade latino-americana antes de tudo!", disse o ministro Arreaza (Bruno Kelly/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 07h33.

Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 12h19.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, orientou que sua diplomacia atendesse ao pedido do governo do Amazonas para liberar uma carga de oxigênio hospitalar da White Martins produzida no país. O chanceler chavista, Jorge Arreaza, disse que conversou nesta quinta-feira, 14, com o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), após o sistema público entrar em colapso no Estado.

"Por instruções de Maduro conversei com o governador do Amazonas Wilson Lima, para colocar imediatamente à disposição o oxigênio necessário para atender a contingência sanitária em Manaus. Solidariedade latino-americana antes de tudo!", expressou o ministro Arreaza. Lima agradeceu em nome do povo amazonense.

Principal fornecedora do oxigênio hospitalar no Amazonas, a empresa White Martins comunicou que buscaria o estoque disponível em suas operações na Venezuela e que tentaria viabilizar a importação para abastecer o Estado. "A White Martins já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e, neste momento, está atuando para viabilizar a importação do produto para a região", disse a empresa em nota.

Segundo o Ministério Público, a White Martins alegou "não possuir logística suficiente para atender a demanda" no País. A companhia disse que a demanda do Amazonas chegou a 70 mil metros cúbicos por dia, após aumentar cinco vezes nos últimos 15 dias. Ao mesmo tempo, a empresa afirmou que realiza uma "grande operação por vias fluvial e aérea" para trazer oxigênio de fábricas localizadas em outros Estados no Brasil, com apoio das Forças Armadas e governos.

Empresas privadas também se movimentam para ajudar. A regional da Moto Honda da Amazônia disse, em nota, que doou 14 cilindros. A Whirlpool formalizou a doação de mais de 3 mil metros cúbicos de oxigênio. De São Paulo, 32 tanques criogênicos aguardam o apoio do governo para serem levados até o Amazonas.

A Força Aérea Brasileira também tem atuado para tentar socorrer a rede de saúde amazonense. Anteontem, uma aeronave levou 8 toneladas de equipamentos hospitalares. Outros dois aviões Hercules C-130 partirão de Guarulhos (SP) com mais cilindros.

Famílias tentam comprar cilindro por conta própria

No desespero pela falta de atendimento adequado, muitas pessoas estão tentando comprar oxigênio por conta própria para garantir a vida de parentes com sintomas graves de covid-19. O professor de Educação Física Walhederson Brandão Barbosa, de 38 anos, está correndo contra o tempo para não deixar a mãe sem o insumo.

"Já recarreguei o cilindro três vezes e agora estou indo encher um maior; a família toda está mobilizada para mantê-la com oxigênio", conta.

Barbosa relata que a mãe está internada com sintomas de covid-19 na Unidade de Saúde de Pronto-atendimento José Jesus Lins, no bairro Redenção, zona centro-oeste de Manaus. "Às 8 horas, soubemos que faltou oxigênio. Lá dentro eu vi mais de cinquenta pacientes entubados; minha mãe está com boa saturação e está na sala de inalação improvisada no local, mas ainda assim precisa de oxigênio porque está com cateter nasal. Nós estamos comprando agora um cilindro de dez litros e pagando R$ 1 mil."

Maia diz que deputado pediu a Bolsonaro intervenção na Saúde do AM

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou em sua conta no Twitter que o deputado Delegado Pablo (PSL-AM) enviou um ofício ao presidente Jair Bolsonaro com um pedido de intervenção federal na Saúde do Amazonas. Maia compartilhou a íntegra do ofício. "O deputado @DelegadoPablo_ entrou com um pedido de intervenção federal. O parlamento deveria estar funcionando para discutir a crise no Estado do Amazonas e a questão da vacina", escreveu o presidente da Câmara.

No ofício, Delegado Pablo apresenta como alegação o "caos no sistema de saúde em todo o Estado do Amazonas". "O pedido aqui manifesto, restringe-se a intervenção na pasta da saúde do Estado do Amazonas que está sofrendo grave comprometimento, em total colapso de todo o sistema estadual de saúde", diz o documento.

Mais cedo, também no Twitter, Maia defendeu a retomada das atividades do Congresso já na próxima semana. Mas, normalmente, o Legislativo só volta aos trabalhos após o recesso parlamentar, em fevereiro.

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