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Lula vira réu na Justiça de SP por lavagem de dinheiro

O petista é acusado de usufruir de seu prestígio internacional para interferir em decisões do presidente da Guiné Equatorial

Lula: ex-presidente é acusado de receber um milhão mascarados de doação para o Instituto Lula (Paulo Whitaker/Reuters)

Lula: ex-presidente é acusado de receber um milhão mascarados de doação para o Instituto Lula (Paulo Whitaker/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 14 de dezembro de 2018 às 17h41.

Última atualização em 14 de dezembro de 2018 às 18h08.

São Paulo — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva virou réu, nesta sexta-feira (14), em um processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo envolvendo lavagem de dinheiro na Guiné Equatorial.

O petista é acusado de usufruir de seu prestígio internacional para interferir em decisões do presidente do país africano, Teodoro Obiang, que resultaram na ampliação dos negócios do grupo brasileiro ARG na região.

Em troca, o ex-presidente teria recebido um milhão de reais mascarados como doação da empresa ao Instituto Lula.

A denúncia foi apresentada em novembro deste ano pela Força Tarefa da Operação Lava Jato em SP e recebida nesta sexta-feira.

Além de Lula, também responderá ao processo o controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo, que foi denunciado por lavagem de dinheiro e por tráfico de influência em transação comercial internacional.

De acordo com as investigações, os fatos ocorreram entre setembro de 2011 e junho de 2012. Como Lula tem mais de 70 anos, o crime de tráfico de influência prescreveu em relação a ele, mas não para o empresário.

Segundo as investigações, a transação teve início entre setembro e outubro de 2011. Na ocasião, Geo procurou Lula e solicitou ao ex-presidente que buscasse o auxílio do mandatário da Guiné Equatorial para que o governo africano continuasse realizando transações comerciais com o Grupo ARG, especialmente na construção de rodovias.

As provas, segundo a investigação, foram encontradas nos e-mails do Instituto Lula, apreendidos em busca e apreensão realizada na entidade em março de 2016 durante a Operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava Jato de Curitiba.

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