Brasil

Lula vê espaço para acordo com Trump, mas descarta acerto imediato

Segundo Lula, não haverá veto a qualquer assunto para negociar com os EUA, mas a prioridade será "esclarecer o equívoco das taxações contra o país"

Lula: presidente acredita em acordo comercial com Trump, mas descarta acerto imediato (Ricardo Stuckert/PR)

Lula: presidente acredita em acordo comercial com Trump, mas descarta acerto imediato (Ricardo Stuckert/PR)

Publicado em 24 de outubro de 2025 às 06h14.

Última atualização em 24 de outubro de 2025 às 06h15.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira, 24, em Jacarta, na Indonésia, que deve conseguir fechar um acordo comercial com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as tarifas impostas ao Brasil. Mas, segundo Lula, isso não deve acontecer no primeiro encontro entre os dois, previsto para domingo, 26. A agenda de Trump na Ásia, no entanto, não mostra uma reunião com o brasileiro.

"Se eu não acreditasse que fosse possível fazer um acordo, eu não participaria da reunião. Se bem que o acordo certamente não será feito amanhã ou depois de amanhã. Ele será feito pelos negociadores que vão ter que sentar com o pessoal do governo americano para negociar", disse ele em conversa com a imprensa nesta madrugada.

Segundo Lula, não haverá veto a qualquer assunto para negociar com os EUA, mas a prioridade será "esclarecer o equívoco das taxações contra o país pela Casa Branca e as sanções contra autoridades brasileiras".

"Estou convencido de que a gente pode avançar muito \e voltar a uma relação civilizada com os EUA, que já temos há 201 anos. O presidente Trump sabe que o preço da carne lá está muito alto e precisa baixar, sabe que o cafezinho vai ficando caro. Eu quero ter a oportunidade de dizer para o Trump o que o Brasil espera dos EUA e dizer o que nós temos para oferecer", afirmou. "Estamos abertos a discutir o que Trump colocar à mesa: de Gaza à Ucrânia, Rússia, Venezuela, minerais críticos, terras-raras."

Lula não detalhou qual deve ser a data de conclusão das negociações sejam concluídas. "Eu queria que fosse ontem, mas se for amanhã já está bom", disse.

As declarações ocorrem em meio à aproximação da cúpula da Asean, onde Lula e Trump devem se encontrar pessoalmente pela primeira vez desde o retorno de ambos à presidência. A expectativa é de que as negociações comerciais e o reposicionamento do Brasil nas cadeias de suprimentos de minerais estratégicos estejam entre os principais temas do encontro.

Os recados de Lula antes do encontro

Durante visita de Estado à Indonésia, Lula anunciou que pretende disputar um quarto mandato nas eleições de 2026.

A declaração foi feita durante uma entrevista à imprensa, ao lado do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto.

Lula afirmou na quinta-feira, 23, estar “com a mesma energia de quando tinha 30 anos” e reforçou que pretende seguir na política após o fim do atual mandato.

“Eu vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que eu estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade. E vou disputar um quarto mandato no Brasil”, declarou.

Acompanhe tudo sobre:Governo LulaLuiz Inácio Lula da SilvaDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Tarifas

Mais de Brasil

Mendonça converte prisão de investigada do INSS em domiciliar

15 cidades devem ter tempestades com ventos acima de 100km/h neste domingo

Tarifas dos EUA: veja a lista dos produtos com redução de tarifa

Setores reagem a tarifas dos EUA e pressionam por retirada dos 40%