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‘Lula vai conversar com partidos e pode ou não resultar em troca de ministros’, diz Padilha

Responsável pela articulação política diz que governo esperou troca de comando do Congresso para iniciar diálogo

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais (Agência Senado)

Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais (Agência Senado)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 1 de fevereiro de 2025 às 11h03.

O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou neste sábado que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai conversar com dirigentes e líderes partidários após as eleições para os comandos da Câmara e do Senado para “avaliar” as ações do governo. Segundo ele, o movimento pode “resultar ou não” em mudanças de ministros. A expectativa é que haja uma reforma ministerial nas próximas semanas.

— O presidente vai começar a ter conversas com líderes e presidentes dos vários partidos que compõem o governo. Sobre os desafios dos próximos dois anos. Não necessariamente vai resultar em mudanças nos ministérios. Pode resultar ou não em mudanças de ministros. Lula não tem falado sobre reforma. Tem dito que vai fazer diálogo com partido de avaliação das ações do governo — afirmou Padilha em entrevista à GloboNews.

Padilha acrescentou que Lula receberá na segunda-feira os presidentes eleitos da Câmara e do Senado — a expectativa é que sejam, respectivamente, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP).

Possíveis mudanças

Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmam que o chefe do Executivo tem avaliado colocar Gleisi Hoffmann na Secretaria-Geral da Presidência, pasta atualmente ocupada por Márcio Macêdo. A ida da presidente do PT ao governo também é considerada uma forma de resolver a sucessão da legenda.

O presidente também vem buscando espaços para o PSD e União Brasil — os dois partidos indicaram três ministros.

As trocas partem de uma insatisfação de Lula com o desempenho de determinadas áreas do governo, da necessidade de ampliar apoios no Congresso e da tentativa de já alinhavar alianças para o ano que vem. O presidente disse em reunião ministerial na segunda-feira que espera conversar com os partidos aliados em breve para tratar da ocupação de espaços. Ele afirmou que compreende não ser possível “100% de alinhamento” com o governo, mas que tem de entender como será o “futuro”, num recado sobre as alianças para 2026.

Após sair das eleições de 2024 como o partido que mais elegeu prefeitos, com 887, o que inclui capitais com eleitorado amplo como Rio e Belo Horizonte, o PSD passou a ser visto como peça-chave. A legenda avalia que está sub-representada na Esplanada e cobra uma presença de mais peso do que a ocupada hoje, com os ministérios de Minas e Energia, Agricultura e Pesca.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, indicou a integrantes do governo que deseja trocar a pasta da Pesca, que tem André de Paula à frente, pela do Turismo, sob a chefia de Celso Sabino, do União Brasil.

Caso perca o Turismo, uma possibilidade do União Brasil é ganhar o Ministério de Ciência e Tecnologia, hoje com Luciana Santos (PCdoB), que seria deslocada para a pasta das Mulheres na vaga da petista Cida Gonçalves.

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