O presidente Lula disse que vai lutar para que haja igualdade na disputa comercial (Ricardo Stuckert/Presidência da República)
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2010 às 09h13.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que fará apelo por compromissos de todos os países contra a guerra cambial e em defesa da igualdade de condições na disputa comercial durante sua participação na Cúpula do G20 em Seul, que começa nesta semana.
O presidente declarou em seu programa semanal de rádio que "todo mundo sabe" que a desvalorização das moedas chinesa e americana está gerando um desequilíbrio no comércio mundial.
"Queremos discutir o compromisso de todos os países com a política cambial, que deixe todo mundo confortável e todo mundo em igualdade de condições na disputa comercial", acrescentou Lula.
O presidente tem insistido em vários pronunciamentos que países como os Estados Unidos, a China e a Coreia do Sul vêm promovendo medidas para desvalorizar suas moedas, reduzindo a competitividade das exportações de outros países, inclusive do Brasil.
O Governo tem negado a possibilidade de desvalorizar o real para recuperar a competitividade no exterior, defendendo a política de câmbio flutuante. Por isso, limitou sua atuação na guerra cambial a medidas pontuais para frear o fortalecimento da moeda brasileira, como o aumento dos tributos sobre o investimento estrangeiro em renda fixa.
Durante o programa de rádio "Café com o Presidente", Lula disse que vários países ainda sofrem os efeitos da crise de 2008 e que para se recuperarem dependem do aumento das exportações, o que seria possibilitado por meio da eliminação de barreiras comerciais e de obstáculos ao comércio como a desvalorização cambial.
O governante afirmou que outro assunto importante na agenda da Cúpula do G20 será a adoção de instrumentos de controle do sistema financeiro. "O sistema financeiro, depois da irresponsabilidade da crise de 2008, não pode seguir sem controle", afirmou.
Lula chega a Moçambique nesta segunda-feira, onde realizará a última das visitas a países africanos do seu mandato. Na quarta-feira, ele seguirá para Seul, onde encontrará a presidente eleita, Dilma Rousseff.