(Fotos: Charles Platiau/Reuters e Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 8 de julho de 2021 às 20h50.
Última atualização em 9 de julho de 2021 às 11h01.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu uma vantagem de 12 pontos percentuais em relação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em uma simulação de segundo turno para as eleições de 2022. De acordo com os dados da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, o petista teria 46% das intenções de voto, e Bolsonaro aparece com 34%.
Na última sondagem, feita no dia 25 de junho, Lula aparecia em primeiro lugar enfrentado o atual presidente, mas dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa EXAME/IDEIA ouviu 1.200 pessoas entre os dias 5 e 8 de julho. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A sondagem é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Confira todos os números da pesquisa.
Assim como nas três pesquisas anteriores, Lula venceria em todas as simulações de segundo turno, caso as eleições fossem hoje. O candidato que tem uma diferença mais apertada com Lula é Ciro Gomes. O pedetista teria 33% das intenções de voto, ante Lula, com 41%. Diferentemente de outras sondagens, o ex-juiz Sergio Moro deixou de aparecer como um rival que poderia enfrentar o petista em um segundo turno, como explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
"É bastante interessante mostrar que Lula passou a ser competitivo também contra o ex-juiz Sergio Moro, abrindo uma larga diferença numa simulação de segundo turno. Isso representa não só fortalecimento do sentimento anti-Bolsonaro na figura do ex-presidente, mas também o desaparecimento no imaginário da opinião pública do ex-juiz Sergio Moro", avalia.
Na simulação de primeiro turno, o ex-presidente Lula tem uma vantagem de sete pontos percentuais em relação ao segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em em uma pergunta espontânea - sem que os nomes sejam apresentados previamente - o petista aparece com 23% das intenções de voto, Bolsonaro com 16%, Ciro Gomes (PDT) com 4%, e João Doria (PSDB) com 2%. Sergio Moro (sem partido) também aparece com 2%. Luiz Henrique Mandetta (DEM), Tasso Jereissati (PSDB), e João Amoedo (NOVO) teriam 1% cada.
Na pesquisa feita no dia 25 de junho, a distância entre o petista e o atual presidente era menor, com Lula na frente (22%) e Bolsonaro logo atrás (19%). Além da diferença entre os dois ser maior na pesquisa publicada nesta quinta-feira, 8, Maurício Moura, fundador do IDEIA, destaca ainda que é alta a parcela de pessoas que não sabe em quem votar: 48%.
“Isso mostra que metade da população ainda não está com a cabeça na eleição presidencial. Temos dois polos muito consolidados, com Lula e Bolsonaro, mas continuamos com a maioria da população ainda distante do pleito presidencial”, diz Moura.
A pesquisa também fez o teste de forma simulada, em que os candidatos são apresentado de antemão aos entrevistados. Os cenários colocaram Ciro Gomes, um candidato do PSDB (Doria, Eduardo Leite ou Tasso Jereissati) e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Em todos os quadros, Lula estaria em primeiro, oscilando entre 41% e 43%. Já Bolsonaro variaria de 33% a 35%. Ciro teria uma variação de 10% a 13%. Os candidatos do PSDB vão de Doria, com 8%, passando por Tasso, com 6%, e Leite, com 5%. Mandetta teria 5%.
“Percebemos nas nossas pesquisas que o Ciro Gomes tem se consolidado no terceiro lugar, com a intenção de voto na casa dos dois dígitos. Depois temos no mesmo patamar estatístico: Tasso Jereissati, Eduardo Leite e João Doria”, avalia Maurício Moura.
A pesquisa é a primeira após o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se assumir gay. Apesar dele ter aumentado a sua base de seguidores nas redes sociais, a revelação não interferiu significativamente nas intenções de voto.
A pesquisa EXAME/IDEIA também questionou os eleitores se eles acham que o ex-presidente Lula merece um terceiro mandato no comando do Brasil. Pela primeira vez, a parcela de pessoas que daria mais uma chance ao petista superou quem pensa o contrário (47% a 44%).
"Apesar de estar na margem de erro, o número mostra uma evolução positiva em relação a esta sensação de volta do ex-presidente. A região onde o grau de rejeição à volta de Lula é maior é a Centro-Oeste, com 62%. Onde Lula vai muito bem é no Nordeste, com 52% que acham que ele merece voltar", afirma o fundador do IDEIA, Maurício Moura.
Quando a mesma pergunta é feita sobre Bolsonaro, 57% acham que ele não merece ser reeleito, e 32% acham que sim. A rejeição maior é no Nordeste, com 63% que acham que o atual presidente não merece um segundo mandato. Entre os que ganham até um salário mínimo, 63% compartilham do mesmo sentimento.