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Lula tem contas a pagar, diz João Doria em campanha

Ele ressalvou que não estava atacando o PT, "apenas valorizando o trabalho da Justiça"

João Doria Junior, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo (Reprodução/Facebook/João Doria)

João Doria Junior, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo (Reprodução/Facebook/João Doria)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2016 às 16h48.

São Paulo - O candidato pelo PSDB à Prefeitura, João Doria, da Coligação Acelera São Paulo, disse neste sábado, 17, que o ex-presidente Lula tem "contas a pagar".

Em campanha na Praça do Forró, em São Miguel Paulista, lado leste da cidade, o tucano foi questionado sobre o que achava da reação irada do petista após ser denunciado criminalmente pela força-tarefa da Operação Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

"Eu sou a favor da Justiça. Tudo aquilo que a Justiça faz, com amplo direito de defesa, faz bem feito. (O ex-) presidente Lula tem contas a pagar e vai responder por isso", declarou João Doria.

Ele ressalvou que não estava atacando o PT, "apenas valorizando o trabalho da Justiça".

Cracolândia

Indagado sobre declaração de seu rival do PT, o prefeito Fernando Haddad, sobre não ter ido à Cracolândia, mas ter preferido consultar moradores dos Jardins sobre o fechamento da Paulista aos domingos, o tucano foi incisivo e retrucou com críticas ao programa De braços abertos - que o petista implantou para acolher a multidão de flagelados.

"Eu fui até a Cracolândia, sim", afirmou Doria. "Não há o menor sentido na manutenção desse programa. É ruim. O prefeito se ilude. Falam pra ele que é bom, mas ele sabe que não é, não é positivo."

O tucano disse que planeja, se eleito, oferecer aos reféns da droga tratamento clínico adequado e requalificação profissional.

"O programa De braços abertos não funcionou e o prefeito Fernando Haddad sabe disso no íntimo. Ele está defendendo (o programa) porque tem a obrigação de fazer essa defesa."

Indagado sobre o projeto do governo Temer para uma ampla reforma trabalhista, o tucano esquivou-se. "Eu não tenho me manifestado sobre os temas nacionais, apenas sobre temas locais."

Temas nacionais

Ao ser questionado sobre críticas que a candidata peemedebista Marta Suplicy estaria fazendo a ele por não participar dos debates de interesse nacional, o tucano desafiou. "Primeiro vamos ganhar a eleição, depois vamos tratar dos temas nacionais. Quanto a Marta tenho muito respeito por ela, desejo sempre o bem a ela, mas nós vamos ganhar a eleição. Ela tem que estar preocupada mesmo. Estamos crescendo e crescendo toda semana. Respeito a posição dela, mas as nossas manifestações sobre temas nacionais vamos fazer assim que ganharmos a eleição. Depois disso contem comigo."

Doria e Marta estão próximos na disputa, com ligeira vantagem para a ex-prefeita, no segundo lugar das pesquisas de intenção de voto.

Uber

Outra vez ele falou sobre Haddad e criticou o adversário que decretou sigilo sobre as informações do Uber. "Não acho essa uma boa atitude. Tem que ter transparência absoluta, ainda mais num tema como esse, polêmico, que atende ao interesse da população de forma geral. Portanto, deveria ser tratado de forma ampla, transparente, aberta. É um equívoco do prefeito Fernando Haddad."

Debate

Sobre o debate promovido pela TV Gazeta, jornal O Estado de S. Paulo e Twitter marcado para este domingo, 18, ele adiantou: "Todo debate é intenso, não há debate sem intensidade, ainda mais na medida em que a campanha vai crescendo, vai definindo melhor as posições, as pesquisas vão apontando aqueles que têm mais chances de ir para o segundo turno.

A tendência é de que os debates fiquem mais aquecidos, mas eu vou continuar fazendo debates sempre com propostas na área da saúde, da educação, mobilidade urbana, geração de empregos, habitação popular. Esses são os pontos principais que vamos trabalhar amanhã no debate promovido pela Gazeta e pelo jornal O Estado de S. Paulo."

Segundo turno

Ao ser questionado sobre um eventual segundo turno, o tucano disse: "Nosso cenário é que estaremos no segundo turno, seja com quem for. Alianças? Ainda não, primeiro vamos ganhar a eleição e, depois, novas coalizões."

Ele afirmou que os pedidos que mais ouve em suas andanças pela região leste são com relação à saúde, educação, mobilidade urbana, "as três carências mais agudas", seguidos de geração de empregos e oportunidades e habitação popular.

O candidato chegou por volta de 11h15 à Praça Aleixo Monteiro Mafra, este o nome oficial do espaço que virou a Praça do Forró nos idos de 1983, por sugestão do próprio Doria, então secretário municipal de Turismo no governo Mário Covas e criador do programa Ruas de Lazer.

Sob um sol forte, Doria abraçou e beijou moradores do bairro e até fez as pazes com o pastel - no início da campanha ele vinha evitando consumir quitutes e guloseimas para escapar das lentes e das câmaras.

Neste sábado, rendeu-se e, na barraca encoberta pela fritura, aceitou um pastel de pizza a R$ 4,50 (pago por correligionários) que lhe foi oferecido por Fernanda Francisca da Silva, a simpática pasteleira de avental vermelho, que dele recebeu carinho e abraço apertadinho.

"Acelera Doria!", logo empolgou-se um cabo eleitoral. "Acelera Doria", insistiu.

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