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Lula se reúne com primeira ministra da Dinamarca, com fundo Amazônia no radar

Primeiro compromisso do petista foi uma reunião com lideranças europeias consideradas progressistas. Na sequência, Lula participou da sessão plenária da cúpula

Lula: presidente terá duas reuniões bilaterais nesta terça, 17 (Thierry Monasse/Getty Images)

Lula: presidente terá duas reuniões bilaterais nesta terça, 17 (Thierry Monasse/Getty Images)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 18 de julho de 2023 às 06h02.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta terça-feira, 18, do segundo, e último dia, da terceira reunião de Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-America e Caribenhos (CELAC) e da União Europeia (UE), em Bruxelas, na Bélgica. 

O primeiro compromisso do petista foi uma reunião com lideranças europeias consideradas progressistas. Na sequência, Lula participou da sessão plenária da cúpula. O presidente brasileiro também terá duas reuniões bilaterais até o final do dia. 

Ele se reunirá com o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, e com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen. Para o encontro com Frederikse, segundo informações do jornal o Globo, a expectativa do governo é o anúncio de investimentos da Dinamarca no Fundo Amazônia

Reativado no início do ano, o Fundo Amazônia, operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apoia projetos de preservação, desenvolvimento sustentável ou combate ao desmate ilegal. Estados Unidos, Reino Unido e Noruega já realizaram doação ao fundo. 

Em seu discurso na abertura do encontro, Lula afirmou que proteger a Amazônia "é uma obrigação" e reafirmou que o Brasil terá desmatamento zero até 2030. O petista disse que a floresta tropical não deve ser vista "apenas como um santuário ecológico" e defendeu um desenvolvimento sustentável do mundo. A fala de Lula vai ao encontro dos planos do governo nos próximos meses. O Ministério da Fazenda irá lançar um projeto que promete fazer uma "revolução verde" na economia brasileira e começará com uma nova proposta para o mercado de carbono.

As mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável estão entre os principais temas da cúpula, que também aborda assuntos como:

  • Inclusão Social;
  • Transição digital inclusiva e justa;
  • Segurança cidadã e combate ao crime organizado;
  • Transição energética;
  • Reforma da arquitetura financeira internacional;
  • Recuperação econômica pós-pandemia da Covid-19.

Apesar de não ser o tema principal da cúpula, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia esteve em pauta em reuniões entre Lula, que é o presidente do bloco sul-americano, e os líderes europeus. Após encontro com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,  Lula defendeu um acordo “equilibrado” entre o Mercosul e a União, e disse que pretende concluir as negociações até o fim do ano.

Terceira cúpula entre Celac e União Europeia

Foram realizadas duas reuniões de cúpula entre as regiões. A primeira aconteceu em janeiro de 2013 no Chile. O último encontro ocorreu em junho de 2015 em Bruxelas. A previsão é que um novo encontro ocorra em 2025, na Colômbia. O Brasil havia deixado a Celac durante o governo Jair Bolsonaro, mas retornou em janeiro, assim que Lula tomou posse.

A reaproximação dos blocos acontece após a União Europeia anunciar uma “Nova Agenda para o Fortalecimento da Parceria com a América Latina e o Caribe”, com foco em uma parceria política renovada e no reforço das agendas comercial e de investimentos. Em 2021, as relações comerciais entre os dois blocos foram de 300 bilhões de euros.

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