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Lula se diz ofendido por ter vida "futucada" pelo MPF

"Eles têm de saber que eu não tenho o estudo que eles têm, mas eu tenho a vergonha na cara que muita gente não tem", disse o ex-presidente


	Lula: reafirmando não haver provas que o incrimine, o ex-presidente sugeriu que lhe pedissem desculpas pelas acusações
 (Reuters)

Lula: reafirmando não haver provas que o incrimine, o ex-presidente sugeriu que lhe pedissem desculpas pelas acusações (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2016 às 17h11.

Fortaleza - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, réu na operação Lava Jato, disse nesta quarta-feira, 21, em Barbalha, no Cariri cearense, que está "ofendido" e "magoado" por ter, aos 71 anos de idade, a vida "futucada por uns meninos do MPF (Ministério Público Federal)".

"Depois de dois anos de futuca, futuca e futuca, não encontrando provas, não encontrando nenhuma prova, porque eles têm de saber que eu não tenho o estudo que eles têm, mas eu tenho a vergonha na cara que muita gente não tem. E se tem uma coisa que eu me orgulho é de olhar na cara de uma mulher, olhar na cara de um homem e de uma criança e dizer para vocês que no dia que acharem um real na minha vida que não seja meu, eu não valho mais ter a confiança de vocês", disse Lula em palanque montado para o candidato a prefeito da cidade, Fernando Santana (PT).

"Ao futucarem a minha vida durante dois anos, eles já disseram que eu tenho um apartamento que não é meu, já disseram que eu tenho uma chácara que não é minha", prosseguiu Lula.

Reafirmando não haver provas que o incrimine, o ex-presidente sugeriu que lhe pedissem desculpas pelas acusações.

"O cidadão pegue a sua convicção e guarde para ele. Se está dizendo que eu fiz alguma coisa, que prove. Se não provar, peça desculpas. Não é vergonha pedir desculpas. Mas parece que ele não sabe", comentou, ao lado do governador do Ceará, Camilo Santana (PT) e a mulher dele, Onélia.

"Quero dizer para vocês que eu estou com a minha consciência tranquila", afirmou Lula.

Logo depois, ele ironizou: "Eu realmente fiz muito mal para este país. Eu garanti que neste país e que nesse Nordeste fossem criados 22 milhões de empregos. Nós garantimos que no Nordeste as pessoas guardassem o jegue e fossem andar de motocicleta. Nós garantimos 41 milhões de cisternas nesse Nordeste para diminuir o sofrimento do povo. Nós garantimos que pobre no Ceará possa viajar para visitar seus parentes em São Paulo de avião. Nós garantimos que os pobres não têm que fazer invasão de supermercado na época da seca, porque nós resolvemos garantir o alimento básico de cada mulher e de cada criança. Eles eram contra, porque eles não sabem o que é uma mãe botar uma criança para dormir sem que esta criança tenha um copo de leite para beber. Talvez eu tenha cometido crime de ter criado o Bolsa Família. Talvez eu tenha cometido o crime de colocar filho de pobre na Universidade".

O ex-presidente disse que ele e a ex-presidente Dilma fizeram mais pelos pobres e pelo Ceará do que qualquer outro presidente brasileiro.

E fez questão de citar a ajuda dos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT), aliados, segundo Lula, nos bons e maus momentos. Ciro e Cid não participaram do ato em Barbalha.

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