Brasil

Lula "reza" para que Dilma e Cristina se deem bem

Lula defendeu que brasileiros e argentinos devem "estar cada vez mais juntos para destruir as barreiras que os separam e criar pontes que os unam"


	Segundo o ex-presidente, "na última visita da presidente Dilma à Cristina, as duas aprofundaram mais os acordos científicos e acadêmicos entre os dois países"
 (Juan Mabromata/AFP)

Segundo o ex-presidente, "na última visita da presidente Dilma à Cristina, as duas aprofundaram mais os acordos científicos e acadêmicos entre os dois países" (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2013 às 16h35.

Buenos Aires - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta sexta-feira, em Buenos Aires, que "reza todas as noites" para que as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner "pensem grande e se deem bem porque isso ajudará a integração na região, que depende do Brasil e da Argentina".

Em seu segundo dia de visita ao país, onde inaugurou uma universidade e recebeu sete títulos de Dr. Honoris Causa, Lula defendeu que brasileiros e argentinos devem "estar cada vez mais juntos para destruir as barreiras que os separam e criar pontes que os unam".

Recente documento interno da equipe econômica da Argentina confirmou reclamação do governo brasileiro de que 70% dos produtos barrados na fronteira argentina são de origem brasileira. "A integração entre os dois países não pode ser medida, valorizada, apenas pelas oscilações de nossa balança comercial", ponderou Lula. Segundo ele, "na última visita da presidente Dilma à Cristina, as duas aprofundaram mais os acordos científicos e acadêmicos entre os dois países".

A reunião bilateral mencionada por Lula ocorreu no dia 26 de abril, mas não houve nenhum anúncio oficial sobre acordos entre as duas presidentes. O ex-presidente defendeu ainda a necessidade de "consolidar a verdadeira integração da América Latina e sistematizar o intercâmbio regional nos diferentes extratos sociais".

Lula também tentou suavizar as declarações feitas ontem à noite contra a imprensa brasileira e argentina, durante inauguração de uma universidade. Aproveitando o início da solenidade e depois de destacar as autoridades presentes, Lula se dirigiu à imprensa como "meus amigos da imprensa" e disse: "De vez em quando, quando critico a imprensa, podem estar certos de que não estou criticando os jornalistas".

Crise

Em um longo discurso interrompido várias vezes pelos aplausos calorosos da plateia no pomposo Salão Azul, do Senado Federal, Lula ressaltou que os povos latinos têm "a sorte" de ter Dilma e Cristina no G-20 para mostrar as conquistas da América do Sul na última década. O conjunto de países desenvolvidos que sofrem com a crise econômica financeira "deveria dar uma olhada na América do Sul porque somos a economia que está crescendo e gerando emprego nos últimos 10 anos", sugeriu.


Ele criticou a responsabilidade dos países desenvolvidos "na crise, que já consumiu US$ 9,5 bilhões, e a Guerra do Iraque, que foi uma guerra de mentira porque nunca teve arma química no Iraque, e consumiu US$ 3 trilhões". Todo esse dinheiro, segundo ele, "poderia financiar as empresas, a educação, a agricultura dos países mais pobres, o combate à mortalidade infantil, se estes senhores tivessem o mínimo de sensatez".

O discurso de Lula encerrou a solenidade de entrega de títulos de Dr. Honoris Causa por parte das universidades nacionais de La Plata, Cuyo, San Juan, Córdoba, San Martin, 3 de Febrero, Lanús e Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso). "Estamos entregando estes oito doutorados, companheiro Lula, para um homem que brigou contra as adversidades, de origem muito humilde, não desistiu e chegou à Presidência. Estamos dando o títulos ao homem que também brigou contra a ditadura, foi preso e levantou a bandeira dos trabalhadores", disse o senador Daniel Filmus, presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado.

Lula agradeceu as distinções e afirmou que "são um reconhecimento ao povo brasileiro que o ajudou com determinação". Também ofereceu os títulos em homenagem ao "amigo Néstor Kirchner", ex-presidente da Argentina (2003-2007), morto em outubro de 2010. "Para você Néstor!", concluiu.

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