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Lula é acusado de chefiar esquema que desviou R$ 87 mi

Segundo os procuradores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria recebido propina da ordem dos 3,7 milhões de reais em contratos da OAS

O ex-presidente durante sessão no Senado que Senado cassou o mandato da presidente Dilma Rousseff - (29/08/2016) (Marcelo Camargo/ Agência Brasil (29/08/2016))

O ex-presidente durante sessão no Senado que Senado cassou o mandato da presidente Dilma Rousseff - (29/08/2016) (Marcelo Camargo/ Agência Brasil (29/08/2016))

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 14 de setembro de 2016 às 16h59.

São Paulo – Em denúncia apresentada hoje, os procuradores da Operação Lava Jato apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o chefe do esquema que desviou mais de 87 milhões de reais da Petrobras. Sozinho, segundo o Ministério Público Federal, o petista teria recebido propina da ordem dos 3,7 milhões de reais em contratos da OAS com duas refinarias da Petrobras.

"Lula é o comandante máximo do esquema de corrupção", disse o procurador do MPF Deltan Dalagnol em entrevista coletiva na tarde de hoje. "Sem o poder de decisão de Lula, este esquema seria impossível". 

O ex-presidente, sua mulher e outras 5 pessoas foram denunciados nesta quarta-feira (14) pelo Ministério Público Federal. 

Os procuradores afirmam que o ex-presidente recebeu vantagens indevidas referentes à reforma de um tríplex em Guarujá (SP) feita pela empreiteira OAS. Segundo o MPF, a reforma foi oferecida a ele como compensação por ações do ex-presidente no esquema de corrupção da Petrobras.

A denúncia também inclui os nomes do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Os outros quatro denunciados são os ex-executivos da empreiteira Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Paulo Roberto Valente Gordilho, Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira.

Um modo de governo

Os procuradores da Lava Jato classificam o pano de fundo para o esquema de corrupção da Petrobras como uma “propinocracia”, ou seja, um governo regido pelo pagamento de propinas.

Nesse sentido, segundo Dalagnol, “mensalão e Lava Jato são duas faces de uma mesma moeda”, visto que ambos esquemas teriam objetivo de perpetuar a manutenção do Partido dos Trabalhadores no poder. 

O procurador afirma que ambos esquemas precisavam de duas máquinas: uma de governo, para distribuir cargos, e outra de partido, para administrar a propina. "Lula era o elo comum e necessário entre o esquema partidário e o esquema de governo", afirmou. 

Veja a íntegra da denúncia apresentada hoje: 

Denúncia contra Lula

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Mais informações em instantes. 

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