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Lula rebate críticas do premiê alemão a Belém: 'Berlim não oferece 10% da qualidade do Pará'

Em sua declaração, o presidente também sugeriu que Friedrich Merz deveria ter conhecido melhor a capital paraense

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 18 de novembro de 2025 às 15h43.

Última atualização em 18 de novembro de 2025 às 15h45.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu às declarações do primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz, que comparou de forma depreciativa a situação do Brasil à da Alemanha após sua visita à COP30, realizada em Belém. A capital do Pará é a sede da Conferência do Clima neste ano.

Durante uma coletiva nesta terça-feira, 18, Lula ironizou a fala de Merz e sugeriu que o político alemão deveria ter conhecido melhor a capital paraense. Além disso, Lula ressaltou que Berlim não tem a mesma qualidade da capital do Pará. A declaração ocorreu na inauguração de uma ponte de 2.010 metros sobre o Rio Araguaia, que liga os estados do Tocantins e do Pará.

"O primeiro-ministro da Alemanha esses dias se queixou: eu fui no Pará, mas voltei logo porque eu gosto mesmo é de Berlim. Na verdade, ele deveria ter ido num boteco no Pará, deveria ter dançado, deveria ter provado a culinária do pará, porque ia perceber que Berlim não oferece para ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará e a cidade de Belém".

O presidente Lula respondeu nesta terça-feira, 18, às declarações do líder da oposição na Alemanha, Friedrich Merz, que comparou de forma depreciativa a situação do Brasil à da Alemanha após sua visita à COP30, realizada em Belém.

O presidente brasileiro ainda disse que insistiu, durante a COP, para que Merz provasse maniçoba, um dos pratos da culinária paraense. "E eu falava toda hora: coma maniçoba".

Críticas do chanceler alemão

Durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio, realizado na última semana, Merz elogiou o próprio país e afirmou que todos os jornalistas que o acompanhavam em Belém durante a Cúpula de Líderes ficaram contentes em "retornar à Alemanha" após o final do evento.

Em pronunciamento no Congresso Alemão do Comércio, na última semana, o líder do partido União Democrata Cristã, Friedrich Merz, destacou aspectos positivos da Alemanha e relatou que os jornalistas que o acompanharam em Belém, durante a Cúpula de Líderes da Amazônia, expressaram alívio ao regressarem ao país europeu após o encerramento das atividades.

"Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, na noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos", declarou Merz.

O governo federal investiu R$ 232,3 milhões no projeto e nas obras.A estrutura da ponte estava finalizada desde o início deste ano, mas os acessos nos dois extremos só começaram a ser construídos em outubro pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

A estrutura deverá ser usada por caminhões que se deslocam pela BR-153, também conhecida como Transbrasiliana, rodovia considerada estratégica para o escoamento da produção agropecuária e industrial das regiões Norte e Centro-Oeste.

A BR-153 liga o estado do Pará ao Rio Grande do Sul, atravessando oito estados brasileiros.

Reação da prefeitura de Belém

Além do presidente Lula, o prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), classificou nesta segunda-feira, 17, a fala de Merz sobre a cidade como "infeliz, arrogante e preconceituosa".

Segundo Normando, a declaração de Merz desconsidera os esforços da capital paraense na organização e recepção de chefes de Estado e representantes internacionais durante os eventos climáticos.

"A fala dele não representa o que a população do mundo inteiro tem achado da nossa cidade", disse o prefeito e Belém, em um vídeo nas redes sociais. "Por onde a gente anda tem muita gente encantada com Belém, com as belezas naturais, sua gastronomia e sua história."

Normando também argumentou que a amazônia "ajudou o mundo inteiro a respirar" e será necessária "empatia" com o povo da floresta, para que as populações amazônicas possam se desenvolver "com equilíbrio e sustentabilidade".

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