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Lula promete ministério para cuidar da causa indígena

Em acampamento, ex-presidente faz gesto a lideranças de povos indígenas

Lula: essa é a primeira vez que o ex-presidente discursa em local com controle menos rígido de segurança, em ambiente aberto ao público (Victor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)

Lula: essa é a primeira vez que o ex-presidente discursa em local com controle menos rígido de segurança, em ambiente aberto ao público (Victor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 12 de abril de 2022 às 16h34.

Última atualização em 12 de abril de 2022 às 16h35.

O pré-candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira que, caso seja eleito, criará um Ministério para tratar da causa indígena . Em Brasília, no acampamento Terra Livre, o petista falou a lideranças políticas e representantes de povos indígenas.

O ex-presidente tratou a política de Jair Bolsonaro em relação aos povos como “fascista” e argumentou que o governo, “daqui pra frente”, será “um governo humanista”, sem invasão de terras. Lula disse que as pessoas precisam ser tratadas com “amor e carinho”, e não “a bala”.

— Não sei quem, mas alguém aqui terá que assumir um ministério. E não será um branco como eu. Será um índio ou índia — disse Lula, cercado de lideranças indígenas.

Antes, Lula disse ainda que não há motivo para não ter um ministério para cuidar do assunto e que será preciso fazer amplo “revogaço” para acabar com as políticas de Bolsonaro voltadas ao setor.

— Por que a gente não pode criar um ministério para discutir a causa indígena?

Desde que passou a percorrer o país, há cerca de um mês, essa é a primeira vez que o ex-presidente discursa em local com controle menos rígido de segurança, em ambiente aberto ao público. No acampamento, ele foi recebido por militantes e apoiadores de sua pré-campanha.

Petistas têm demonstrado preocupação com a segurança do ex-presidente, dado o ambiente eleitoral acirrado. No ato, deputados e lideranças dos povos discursaram contra o projeto de lei que libera a mineração em terras indígenas. Também cobraram a demarcação de novas terras, pauta que conta com a oposição do presidente Jair Bolsonaro.

No palco em que Lula discursou, estiveram a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, deputados e senadores do PT e outros partidos de esquerda, com PSB e PSOL, além de pessoas próximas ao ex-presidente, como o ex-ministro Aluizio Mercadante.

Entre outros parlamentares, discursou no ato a deputada indígena Joenia Wapichana (Rede-RR), que defende uma pauta ambiental e de proteção aos povos. Ele atacou o garimpo ilegal e as políticas adotadas pelo governo e debatidas no Congresso.

— O povo está lutando aqui: não ao marco temporal! — discursou.

Na segunda-feira, Lula teve encontro com senadores do MDB, em gesto de aproximação com caciques da legenda no Nordeste. Parte da sigla pressiona para que a pré-candidata Simone Tebet (MDB-MS).

Ainda pouco conhecida dos eleitores, Tebet tenta se viabilizar como nome da chamada terceira via na corrida pelo Palácio do Planalto, mas sofre resistência de uma ala do próprio partido, que tenta rifá-la da disputa para que a sigla possa compor a aliança de Lula. O MDB, no entanto, fechou acordo com o União Brasil e o PSDB para lançar uma candidatura única, a ser anunciado no dia 18 de maio.

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