Lula: “Lula pode ser tudo, menos radical”, segundo Gleisi (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 09h20.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara uma nova "Carta ao Povo Brasileiro", para tentar conter novamente o nervosismo do mercado com sua candidatura, disse à Bloomberg a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
O documento, segundo ela, será lançado em meio às comemorações do aniversário de 37 anos do partido, na segunda quinzena de fevereiro.
A intenção da carta, que já está sendo redigida pelo ex-presidente e sua equipe, é apresentar o modelo de desenvolvimento econômico para o país caso volte à Presidência.
"É uma carta de política econômica e de economia, sobre quais as pretensões que Lula tem para o Brasil", disse Gleisi. Segundo ela, quando presidente, Lula cumpriu compromissos e contratos.
"Em 2002, Lula não era conhecido e as pessoas tinham medo. Agora, será uma carta feita por quem cumpre as regras", afirmou a petista.
Gleisi disse ainda que Lula não pode ser considerado um radical porque sempre atuou como mediador e pacificador, o que deverá se repetir se for eleito. “Lula pode ser tudo, menos radical”.
Se eleito, Lula convocará imediatamente uma assembleia constituinte para, entre outros temas, fazer uma reforma política. A reforma da Previdência seria focada no setor público.
A dirigente afirmou que o lançamento da candidatura de Lula em 25 de janeiro, um dia depois do julgamento do ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no TRF-4, não é uma afronta à Justiça porque se dará dentro da legalidade.
Gleisi admitiu erros na condução da economia, e disse que o partido está preparando uma autocrítica.
Ela citou como exemplo as desonerações no governo Dilma Rousseff, que afetaram a arrecadação do estado.
Depois de se aliar nas duas últimas eleições à Presidência ao PMDB, este ano os aliados preferenciais para vice de Lula são PSB, PCdoB e PDT, disse Gleisi.