Brasil

Lula posta vídeo em que lembra início do seu governo

Lula revela que governou desde o primeiro dia com a "obsessão de não errar". "Eu tinha em mente uma única certeza: Eu não posso errar", afirma o ex-presidente


	Lula: ex-presidente afirma que sua eleição despertou "a curiosidade de muita gente". Segundo ele, muitos questionavam como um País que, na época, era a décima economia do mundo havia eleito um metalúrgico.
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Lula: ex-presidente afirma que sua eleição despertou "a curiosidade de muita gente". Segundo ele, muitos questionavam como um País que, na época, era a décima economia do mundo havia eleito um metalúrgico. (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 18h37.

São Paulo - O Instituto Lula postou um vídeo inédito na internet, na tarde desta terça-feira, no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece refletindo sobre o seu primeiro dia no comando do País e fazendo revelações sobre seus sentimentos e os bastidores daquele momento, em janeiro de 2003.

Lula revela que governou desde o primeiro dia com a "obsessão de não errar". "Eu tinha em mente uma única certeza: Eu não posso errar", afirma o ex-presidente, ressaltando que essa sua 'convicção' foi a grande responsável pelo "êxito" de seu governo.

Segundo o ex-presidente, a explicação para essa certeza se devia ao fato de que, se por acaso ele viesse a falhar como governante, "um outro trabalhador não teria chance nunca mais nesse País".

O vídeo começa com o ex-presidente lembrando a angústia no momento. "Nós tínhamos uma preocupação extraordinária. Aquela angústia que todo mundo tem. Que você tem quando vai tirar a carta de motorista, fazer vestibular ou o primeiro discurso, esse sentimento você tem também no primeiro dia da presidência", diz.

Segundo Lula, além da agenda normal que teria que cumprir, ele tinha uma preocupação muito grande com a responsabilidade do cargo. "Você tem a preocupação se vai dar certo. Se você vai cumprir o que prometeu. Se o povo vai ter paciência de esperar."

Recepção

Lula afirma ainda que sua eleição despertou "a curiosidade de muita gente". Segundo ele, muitos questionavam como um País que, na época, era a décima economia do mundo havia eleito um metalúrgico. "Por uns eu era chamado de comunista, por outros de esquerdista", conta.

Ele lembra ainda que na época a Venezuela já era governada por Hugo Chávez. Segundo o ex-presidente, muitos queriam saber como seria a "mistura de um operário de esquerda, com um militar de esquerda governando dois países importantes". "Essa inquietação perdurou na cabeça de muita gente durante muito tempo", afirma Lula, no vídeo.

O ex-presidente conta ainda que depois de receber os chefes de Estado, na manhã seguinte, o primeiro colega recebido para um café da manhã foi justamente Chávez. "Depois recebi vários chefes de Estado, como é de praxe."


Dor da bursite

No vídeo, o ex-presidente conta como um problema físico - uma bursite no ombro - o fez sentir dor até no dia da posse. "A dor da minha bursite eu não esqueço. A primeira dor de bursite a gente nunca esquece. Estava insuportável. Cada vez que eu levantava o braço (para cumprimentar as pessoas) eu sentia muita dor".

Nesta passagem do vídeo, Lula diz que tinha horas que 'queria morrer' por conta da dor. "Quase que eu peço para o médico me dar uma anestesia no braço para eu poder suportar os cumprimentos (do dia da posse)", diz.

Só no dia 3 de manhã é que Lula fez sua primeira reunião com os ministros. Segundo o ex-presidente, o encontro foi na realidade uma discussão para a distribuição de espaço no Palácio do Planalto. "Parece grande (o Planalto), mas quando a gente vai trabalhar e todo mundo quer ficar perto do presidente, não tem espaço, não tem sala pra todo mundo", diz.

https://youtube.com/watch?v=jeK1NBTNMyM%3Flist%3DUUs6avCwreiI6QoFR83Ul2UQ

Acompanhe tudo sobre:GovernoLuiz Inácio Lula da SilvaMídiaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresServiços

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final