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Lula pediu US$ 40 mi em propina para Odebrecht, diz empreiteiro

Segundo delação de Odebrecht, valor teria sido pago em troca de financiamento no BNDES; pedido teria sido feito por Paulo Bernardo em nome de Lula

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
02/09/2016 (Paulo Whitaker/Reuters)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva 02/09/2016 (Paulo Whitaker/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 12 de abril de 2017 às 13h38.

Última atualização em 12 de abril de 2017 às 18h34.

São Paulo - Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido 40 milhões de dólares em propina para a empreiteira em troca da aprovação de um financiamento de 1 bilhão de dólares via BNDES para obras de interesse da companhia em Angola.

As informações são da revista VEJA.

Segundo o herdeiro do grupo Odebrecht, ele teria sido procurado entre 2009 e 2010 pelo então ministro do Planejamento Paulo Bernardo, que teria oferecido o acordo em nome do então presidente da República.

“Veio o pedido solicitado para mim por Paulo Bernardo na época que veio por indicação do presidente Lula para que a gente desse uma contribuição de 40 milhões de dólares e eles estariam fazendo a aprovação de uma linha de 1 bilhão de dólares de exportação de crédito”, afirmou Marcelo Odebrecht a Moro durante o depoimento.

No fim, a empreiteira conseguiu um desconto para a propina e teria pagado o equivalente a 64 milhões de reais no câmbio da época para o PT. Segundo Marcelo Odebrecht, parte desses recursos teriam sido destinados para custear despesas de Lula.

Ouça o áudio do depoimento disponibilizado pela revista VEJA:

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Conta para Lula 

Em outro trecho do depoimento, o empreiteiro afirma que o ex-presidente era identificado internamente como "Amigo" e que a empresa teria disponibilizado um saldo de 40 milhões de reais em propina para atender o ex-presidente após o fim de seu mandato em 2011.

O saldo foi acertado com o ex-ministro Antônio Palocci. “Como era uma relação nossa com a Presidência (da República), PT, com Lula, tudo se misturava. Então a gente botou 40 milhões para atender demandas que viessem de Lula”, disse Odebrecht durante depoimento nesta segunda-feira (10). Ouça: 

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Tanto Lula quanto os ex-ministros Paulo Bernardo e Palocci aparecem na lista de pedidos de inquérito divulgados pelo ministro do Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira (11).

Como as acusações contra Bernardo e Palocci estão relacionadas a políticos com foro, os ex-ministros serão investigado sob o escrutínio do STF. Já o pedido contra o ex-presidente foi remetido para o juiz Sergio Moro, responsável pelas ações em primeira instância da Operação Lava Jato.

Com a palavra, o ex-presidente Lula:

"Lula não tem conhecimento ou relação com qualquer planilha na qual outros possam se referir a ele como "amigo", e nem essa planilha nem esse apelido são de sua autoria ou do seu conhecimento. Lula jamais solicitou qualquer recurso indevido para a Odebrecht ou para qualquer outra empresa e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ser presidente da República democraticamente eleito por dois mandatos. Não há no depoimento de Marcelo Odebrecht, feito em negociação de delação premiada, qualquer menção a conversa com o ex-presidente Lula, diferente do que dá a entender a maneira como está formulada a pergunta.
O ex-presidente Lula e seus familiares tiveram seus sigilos fiscais e telefônicos quebrados, sua residência e de seus familiares sofreram busca e apreensão há mais de um ano, mais de 100 testemunhas foram ouvidas em processos e não foi encontrado nenhum recurso indevido para o ex-presidente.

Sobre o Instituto Lula

O Instituto Lula funciona em uma casa adquirida em 1991 por entidade que deu origem ao Instituto Cidadania e depois ao Instituto Lula. O Instituto jamais teve outra sede ou terreno nem recebeu nenhum terreno da Odebrecht.

Todas as doações ao Instituto Lula, as da Odebrecht e de outras empresas, foram feitas com os devidos registros e nota fiscal, dentro da lei e já foram informadas para a Operação Lava Jato pelo próprio Instituto no fim de 2015. O ex-presidente Lula não recebe recursos do Instituto Lula.
Assessoria de Imprensa do Instituto Lula"

 

 

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