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Lula pede votos de presente de aniversário na BA

Esforço é para reverter quadro eleitoral nas duas principais cidades da Bahia

Ex-presidente Lula em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ex-presidente Lula em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2012 às 16h46.

Salvador - Depois de participar, na noite de sexta-feira (14), de um comício em prol da candidatura do petista Nelson Pelegrino à Prefeitura de Salvador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi, na manhã deste sábado (15), a Feira de Santana (BA), 110 quilômetros a oeste da capital baiana, no esforço para ajudar a reverter o quadro eleitoral nas duas principais cidades da Bahia, que têm candidatos do DEM na liderança nas pesquisas de opinião.

Segundo Lula, a direção nacional do PT havia vetado sua viagem para Feira de Santana por causa da grande desvantagem do petista Zé Neto para o líder nas pesquisas, o ex-prefeito José Ronaldo (DEM) - segundo a mais recente pesquisa Ibope na cidade (registro número 00061/2012 no TRE), divulgada há um mês, o democrata tinha 76% de intenções de voto, ante 8% do petista.

"A direção não queria que eu viesse porque o adversário tinha 80% e você (Zé Neto) tinha 8%, disseram que eu deveria viajar para lugares onde as possibilidades eram maiores", contou Lula, bem-humorado. "Mas esse galego (o governador Jaques Wagner, também presente) me encheu os patuás para eu vir a esta cidade, você (Zé Neto) tem nele mais do que um companheiro".

De acordo com o ex-presidente, o argumento usado por Wagner para convencer Lula foi uma "dívida de gratidão". "Ele falou da gratidão que tem pela lealdade do seu comportamento na liderança do governo Wagner (na Assembleia Legislativa)", disse. "E gratidão é uma palavra nobre, que nem todo mundo tem. A gente reconhecer quem fez as coisas é algo muito grande, porque muitas vezes a gente dá as coisas a quem fez pela gente".

O discurso, que durou 20 minutos - no qual Lula exaltou seu próprio governo e pediu votos -, foi acompanhado por algumas lideranças dos partidos da base aliada ao governo federal no Estado, como os senadores Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB) e o secretário de Planejamento do Estado, José Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás.

Ao fim da fala, Lula disse que precisava ser breve, por causa do edema na garganta e porque participaria de outros dois comícios em São Paulo. Lembrou, então, que 6 de outubro é seu aniversário "segundo os documentos" - a mãe, de acordo com ele, dizia que ele nasceu no dia 27. "Como a votação vai ser no dia do aniversário no documento, eu queria pedir a vocês um presente, que não vai custar dinheiro, mas um gesto de amizade: queria pedir que vocês votassem no Zé Neto".

Adversários

Sem camiseta, boné ou adesivo que indicasse preferência eleitoral ou movimento social, o funcionário público José Antônio Salles, de 55 anos, destoava, junto com a mulher e os três filhos - apenas um apto a votar - da maioria das cerca de mil pessoas que acompanharam os pronunciamentos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do candidato petista à Prefeitura de Feira de Santana, Zé Neto.

Salles confessou que tanto ele quanto a mulher e a filha de 17 anos vão votar no principal adversário de Zé Neto, o ex-prefeito José Ronaldo (DEM). Ainda assim, quis participar do comício em prol do petista, por causa de Lula. "É um personagem histórico do País, um ex-presidente reeleito, que tem grande popularidade aqui na região", justifica. "Além disso, meus filhos pediram para vir, gostam dele". Apesar da popularidade do ex-presidente - e de seus apelos no palco -, o funcionário público afirma que não vai mudar o voto. "Não é porque ele apoia alguém que esse alguém vai ser bom", avalia. "Uma coisa é o alinhamento político, outra é a capacidade de gestão, que é pessoal".

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