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Lula orienta militantes a não se intimidarem com avanço de Bolsonaro

"Não é a primeira vez que as pesquisas apontam determinado caminho, e quando esse caminho não é favorável, é revertido nas urnas", afirmou

Lula: ex-presidente minimizou o potencial apresentado por Bolsonaro na última pesquisa (/Rodolfo Buhrer/Reuters)

Lula: ex-presidente minimizou o potencial apresentado por Bolsonaro na última pesquisa (/Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de outubro de 2018 às 18h29.

Última atualização em 4 de outubro de 2018 às 15h04.

Curitiba - Após encontrar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado e preso pela Operação Lava Jato, nesta quarta-feira, 3, na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, o deputado federal pelo Rio de Janeiro Wadih Damous (PT), disse que o ex-presidente minimizou o potencial demonstrado por Jair Bolsonaro (PSL) na última pesquisa Datafolha das eleições 2018, em que teve novo crescimento.

No mesmo levantamento, Fernando Haddad (PT) estagnou nos percentuais de intenção de voto em relação à pesquisa anterior e teve a rejeição aumentada.

Segundo Damous, Lula pediu que os aliados orientem os militantes petistas a "não se deixarem intimidar pelas pesquisas". "O PT é um partido provado experiente em campanhas. Não é a primeira vez que as pesquisas apontam determinado caminho, e quando esse caminho não é favorável, é revertido no processo eleitoral, nas urnas", afirmou.

Para o parlamentar, apesar de o segundo turno estar praticamente "garantido", é preciso "não se deixar abater por conta de um viés favorável (a Bolsonaro), provavelmente momentâneo".

Damous não descartou a união com o centro no segundo turno, mas disse que o partido "não vai repetir determinados procedimentos que em outras épocas foram corretos e talvez nesse momento não sejam".

"É óbvio que não vai se negar diálogo com ninguém. Às vezes, você faz amplas alianças, outras vezes reduz esse arco de alianças, isso vai ser definido após ficar claro o segundo turno com a nossa presença", declarou.

Para Damous, o PT não subestimou o "anti-petismo", que, segundo ele, é fabricado por parte da imprensa e do sistema de Justiça.

"Todos cometemos erros, mas não são esses erros o fator decisivo para o anti-petismo, o fator decisivo para o anti-petismo são as políticas sociais. [...] Essa é a razão fundamental do anti-petismo, que não está disseminado na sociedade com o alcance que se diz que está. Isso é algo localizado, sabemos como enfrentar isso", afirmou.

Estiveram com Lula ainda o tesoureiro do PT, Emídio de Souza, e o advogado do ex-presidente, Luiz Eduardo Greenhalgh. É a primeira visita de aliados a Lula depois da última pesquisa eleitoral.

Para Damous, a estratégia petista deve ser a de atacar comentários de Bolsonaro e de seus aliados, como o candidato à vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), que criticou direitos trabalhistas, como o 13º salário.

"Ele está nos dando presentes que estamos usando pouco, com (a defesa do) fim do 13º terceiro salário", afirmou.

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