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Lula nunca interferiu em projetos no BNDES, diz Coutinho

O ex-presidente nunca interferiu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para favorecer projetos específicos, disse o presidente do banco


	Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
 (Nacho Doce/Reuters)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2015 às 18h17.

Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca interferiu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para favorecer projetos específicos, disse nesta quinta-feira o presidente do banco, Luciano Coutinho, em depoimento à CPI do BNDES, na Câmara dos Deputados.

“Posso afirmar que o ex-presidente Lula jamais solicitou ou interferiu no BNDES a respeito de qualquer projeto específico”, disse Coutinho, respondendo indagações dos deputados sobre a atuação do ex-presidente junto ao banco.

Coutinho também negou aos deputados que haja qualquer vínculo entre operações de crédito do BNDES com o grupo JBS e doações a campanhas eleitorais feitas pela empresa.

“Nos últimos dois anos não houve nenhuma operação de crédito significativa para o JBS e não há essa coincidência em 2014 entre desembolsos do banco e doações eleitorais efetuadas pelo grupo”, disse Coutinho, em depoimento de quase sete horas aos deputados da CPI.

“As decisões do banco são pautadas por um processo rigorosamente impessoal, sem motivação política”, garantiu.

Coutinho disse que já se reuniu com representantes da UTC Engenharia --cujo dono, Ricardo Pessoa, é um dos delatores da operação Lava Jato--, mas disse que o encontro incluiu outros executivos do consórcio do aeroporto de Viracopos e serviu para tratar do projeto do aeroporto. “Foi sobre o equacionamento do projeto e nada teve a ver com contribuições para campanha”, disse.

Ainda sobre as empreiteiras envolvidas no esquema investigado pela operação Lava Jato, Coutinho disse que o BNDES não tem exposição a essas empresas, apenas a projetos em que elas possam ser sócias.

Coutinho afirmou que não há crédito do BNDES direto para empreiteiras e que o banco tem que ter cautela no tratamento dado a essas empresas, caso a caso, dentro da lei e de suas normas.

O pedido de criação da CPI, apresentado pelo deputado Rubens Bueno (PPS-PR), requer a investigação de empréstimos considerados suspeitos pela operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção bilionário envolvendo estatais, órgão do governo, empreiteiras, partidos e políticos.

Segundo Coutinho, o BNDES cumpre com folga todas as regras do regulador e tem a mais baixa inadimplência do sistema financeiro nacional.

O requerimento da CPI também pede que sejam apurados empréstimos classificados como secretos concedidos a países como Angola e Cuba e outros considerados questionáveis do ponto de vista do interesse público.

Ao destacar que as decisões do BNDES são pautadas por um processo rigorosamente impessoal e sem motivação política, Coutinho afirmou que não há dinheiro a fundo perdido para Cuba e que empréstimos concedidos para a construção do porto cubano de Mariel foram feitos a taxas internacionais.

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