Brasil

Lula nega existência do mensalão ao New York Times

Na entrevista, o petista disse acreditar que "o mensalão nunca existiu" e argumentou que seu governo não precisou comprar votos em troca de apoio


	Lula: "caso alguém seja culpado, deverá ser punido e se alguém for inocente, deverá ser absolvido"
 (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

Lula: "caso alguém seja culpado, deverá ser punido e se alguém for inocente, deverá ser absolvido" (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2012 às 16h25.

Brasília - O jornal americano "The New York Times" publicou hoje na edição impressa uma reportagem sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o título "Ex-presidente brasileiro volta à linha de frente". Na entrevista, o petista disse acreditar que "o mensalão nunca existiu" e argumentou que seu governo não precisaria comprar votos em troca de apoio porque possuía maioria parlamentar no Congresso. Ele concluiu o assunto espinhoso afirmando que respeitará a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto: "Caso alguém seja culpado, deverá ser punido e se alguém for inocente, deverá ser absolvido".

O texto comenta sobre a polêmica envolvendo o ministro do STF Gilmar Mendes, que diz ter sido pressionado por Lula para adiar a votação do julgamento. A publicação americana destaca também que as denúncias de corrupção surgiram em 2005, mas que só agora estão sendo julgadas e interpretou a demora de sete anos como "reflexo do ritmo lento da Justiça brasileira". O escândalo é descrito como um dos momentos mais graves enfrentado pelo PT, cita o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu nominalmente e traduz a palavra "mensalão" como "um grande subsídio mensal" para a compra de votos.

O tratamento do câncer na garganta e as sucessivas sessões de radioterapia que deixaram o brasileiro sem sua barba-símbolo deram o tom da abertura do texto em versão online do jornal, que explicou que após o diagnóstico médico de regressão do tumor, Lula engajou-se nas eleições municipais.

Realizada em São Paulo, a entrevista tratou ainda da sucessão presidencial de 2014. Lula respondeu que a presidente Dilma Rousseff é sua candidata, descartando a possibilidade de que ele próprio concorra ao Palácio do Planalto na próxima disputa. Mas, relatou o jornal, no páreo de 2018, quando ele tiver 72 anos, a conversa pode ser outra já que "seu gosto pelo jogo político permanece inalterado". Lula admitiu: "política é minha paixão" e que "não é tarefa fácil saber como agir no papel de ex-presidente".

Sobre a Europa, Lula disse ao jornalista estrangeiro Simon Romero: "Eu sei que a Europa não gosta quando oferecemos nossa opinião sobre a crise deles. Mas quando a crise é no Brasil eles sempre têm algo a dizer."

A trajetória de migrante e ex-torneiro mecânico é descrita em detalhes. Assim como sua atuação na Presidência de um País que viveu um bom momento financeiro com crescimento expressivo.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEmpresasEscândalosFraudesJornaisJustiçaLuiz Inácio Lula da SilvaMensalãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSupremo Tribunal Federal (STF)The New York Times

Mais de Brasil

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil

Justiça Eleitoral condena Marçal por abuso de poder e o declara inelegível

Alexandre de Moraes determina suspensão do Rumble no Brasil

ViaMobilidade investirá R$ 1 bilhão nas linhas 8 e 9 para reduzir intervalos e reformar estações