Lula: No evento da Esfera, Lula inverteu a ordem que costuma nortear os encontros organizados por Camargo com políticos (Gustavo Minas/Bloomberg via/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2022 às 07h17.
Dois jantares, separados por poucos quilômetros de distância, em São Paulo, aproximaram a campanha petista do PIB, nesta terça-feira. No evento mais aguardado da noite, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou num jantar promovido pela Esfera Brasil, do empresário João Carlos Camargo. Em outro encontro, da Confraria SP, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que declarou apoio à campanha petista, detalhou prioridades da pauta econômica.
No evento da Esfera, Lula inverteu a ordem que costuma nortear os encontros organizados por Camargo com políticos: pediu para que os empresários começassem falando. O grupo tratou de algumas das prioridades para seus negócios e para o país, como reforma tributária e estratégias que o Brasil pode se apropriar para ser uma potência verde.
Depois, o ex-presidente — acompanhado de nomes como Geraldo Alckmin, seu candidato a vice, e de Aloízio Mercadante, Gleisi Hoffmann e Rosângela da Silva, a Janja — passou a detalhar algumas de suas visões para um possível mandato. Mais do que propostas efetivas, deu sinalizações e apontou caminhos.
O candidato afirmou que tentou várias vezes aprovar uma reforma tributária, e que tentaria mais uma vez. “Mas não pode ser só para um setor”, disse. Sobre o teto de gastos, afirmou que, buscará um teto de “responsabilidade”, o que incluiria a geração de emprego e o combate à fome junto com a agenda fiscal.
Sobre a autonomia do Banco Central, afirmou que em sua gestão o então ocupando do cargo, Henrique Meirelles, já gozava de autonomia. Disse, ainda, que na época Meirelles tinha uma responsabilidade mais ampla para além de “subir juros para segurar inflação”. O ex-presidente defendeu ainda um papel mais ativo dos bancos públicos e do BNDES.
Em outro jantar, na mesma noite, Meirelles focou em pautas econômicas. "O teto de gastos tem que ser diretamente relacionado à inflação. A finalidade é ser um limite rígido das despesas, forçando definição de prioridades", disse. "Portanto, tem que fazer reforma administrativa, cortar despesas desnecessárias e abrir espaço para o investimento social."
Para ele, o risco Brasil está elevado, e caso a dívida pública suba, pressionando, assim a taxa de juros, o risco aumenta. "A solução é o contrário: cortar despesas desnecessárias e abrir espaço para investir e trazer capital privado para investir no Brasil", afirmou.
Questionado se é possível fazer priorização orçamentária com o atual Congresso, Meirelles disse que "o próximo governo precisa ter uma liderança firme e fazer uma negociação firme sobre essas prioridades". "O Executivo precisa recuperar grande parte do que perdeu em termos de controle", afirmou.
Segundo Meirelles, apesar do apoio à candidatura de Lula, não há convite para fazer parte de uma eventual gestão. "Quando estive com o Lula semana passada, falei: 'deixa passar a eleição e a gente conversa", disse o ex-ministro e ex-presidente do Banco Central.
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