Brasil

Lula lidera bombardeio contra Perillo na CPI

O objetivo do ex-presidente é atingir a oposição às vésperas das eleições

"Vocês vão se surpreender com o que vai surgir nessa CPI", disse o ex-presidente a parlamentares do PT, na semana passada (Reprodução)

"Vocês vão se surpreender com o que vai surgir nessa CPI", disse o ex-presidente a parlamentares do PT, na semana passada (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 14h45.

Brasília - Incentivador da CPI do Cachoeira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca nesta quarta em Brasília disposto a estimular o PT e a base aliada a bombardearem o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) para atingir a oposição às vésperas das eleições. Lula vai almoçar com a presidente Dilma Rousseff e ministros, no Palácio da Alvorada, algumas horas depois da instalação da CPI.

À noite, os dois comparecerão à estreia do filme "Pela Primeira Vez", no Museu Nacional. Trata-se de um documentário de 32 minutos em 3D, produzido pelo fotógrafo Ricardo Stuckert, que mostra a despedida de Lula do Palácio do Planalto e a posse de Dilma, em janeiro de 2011.

Nos últimos dias, o ex-presidente e sua sucessora divergiram sobre a conveniência da instalação da CPI. Lula, porém, está convencido de que as investigações vão desvendar como operava o que ele chama de "quadrilha política e empresarial" comandada pelo contraventor Carlos Cachoeira.

"Vocês vão se surpreender com o que vai surgir nessa CPI", disse o ex-presidente a parlamentares do PT, na semana passada. Na avaliação de Lula, o esquema de Cachoeira se aliou à oposição e agiu para fabricar provas contra o seu governo. Em conversas reservadas, o ex-presidente tem dito que a CPI vai desvendar as ligações de Cachoeira com a "farsa do mensalão".

Perillo garantiu, em 2005, que alertou Lula sobre o pagamento de propina a parlamentares, em troca de apoio no Congresso. O ex-presidente nega e nunca perdoou o tucano por isso.

Embora não tenha feito nada para evitar a CPI, Dilma teme que a comissão contamine as votações no Congresso. O governo também se deu conta de que a CPI pode trazer problemas ao Planalto porque a construtora Delta, no epicentro das investigações, é a que tem mais contratos para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

"Essa CPI tem um foco determinado: o esquema de uma quadrilha, que operava com jogos clandestinos e fazia espionagem política. Pode ser que tenha outros crimes correlatos aí e é isso que vamos investigar", resumiu o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara.

Vaccarezza era o preferido por Lula para a relatoria da CPI, mas é desafeto da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), e teve o nome vetado pelo Planalto, que acabou dando sinal verde para o deputado Odair Cunha (PT-MG). "Está tudo bem. O importante é que Lula está com boa saúde, o cabelo crescendo e a voz firme", comentou Vaccarezza, numa referência ao fim do tratamento do ex-presidente para combater um câncer na laringe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:PersonalidadesPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresPolítica no BrasilPartidos políticosPolíticaLuiz Inácio Lula da SilvaEleiçõesOposição políticaPSDBCarlinhos Cachoeira

Mais de Brasil

Reforma administrativa: veja os principais pontos dos projetos que atingem servidores

Brasil cobra libertação imediata de brasileiros detidos por Israel em flotilha humanitária

Ministro da Saúde recomenda evitar destilados sem 'absoluta certeza' da origem

Intoxicação por metanol: Polícia de SP prende duas mulheres com uísque falsificado em Dobrada (SP)