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Lula lança plataforma para dizer o que é fake news e é alvo de críticas

Anúncio ocorre três dias após presidente afirmar, sem provas, que uma operação da PF é "armação"

Nas redes sociais, outros usuários também cobram Lula a "falar a verdade" sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, chamado de golpe pelo petista e apoiadores do partido (Lula Marques/Agência Brasil)

Nas redes sociais, outros usuários também cobram Lula a "falar a verdade" sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, chamado de golpe pelo petista e apoiadores do partido (Lula Marques/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de março de 2023 às 11h27.

Última atualização em 27 de março de 2023 às 12h24.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma plataforma oficial de checagem de informações para combater a disseminação de fake news nas redes sociais. A exemplo do que fez na campanha eleitoral, o petista irá selecionar publicações para dizer se é ou não verdadeira, mas agora utilizando a estrutura do governo.

A iniciativa, contudo, tem sido alvo de críticas por ter sido anunciada três dias depois de o próprio presidente dizer, sem provas, que uma operação da Polícia Federal que debelou um plano contra o senador Sergio Moro (União-PR) era "armação".

"Aguardo ansiosa na página brasil contra fake que a secom esclareça que a Operação Sequaz é de verdade", publicou a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), um dos alvos da facção criminosa investigada pela PF.

"A Campanha do Governo Federal “Brasil contra Fake” justamente na semana em que o PRESIDENTE comete fakenews é uma surra na cara dos Brasileiros", afirmou Fabio Wajgarten, o ex-secretário de Comunicação Social de Jair Bolsonaro.

Nas redes sociais, outros usuários também cobram Lula a "falar a verdade" sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, chamado de golpe pelo petista e apoiadores do partido.

“Brasil contra Fake”

A ideia do governo é reunir desmentidos em uma plataforma vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência, comandada pelo ministro Paulo Pimenta. A página, contudo, não explica o critério utilizado pelo governo para determinar quais fake news serão alvo de desmentidos e nem há um espaço para enviar sugestões.

Não há na lei brasileira uma definição sobre o que é desinformação — o projeto de lei das fake news, que busca regulamentar o assunto, ainda está em discussão no Congresso. O vácuo amplia o risco, por tornar a caracterização mais genérica, segundo especialistas.

Entre as publicações já desmentidas, estão notícias que rebatem fake news sobre o desligamento de bombas do Rio São Francisco, sobre captação de recursos via Lei Rouanet pela cantora Ludmilla e até que Lula teria sido impedido de entrar no Palácio da Alvorada, residência oficial.

Um vídeo veiculado nas redes sociais de Lula e de petistas alerta que informações falsas podem destruir a democracia, relações familiares e reputações. "É hora de frear o ódio, parar de repassar informações falsas, checar os fatos e suas fontes. Porque quem espalha fake news, espalha destruição."

Esta não é a primeira iniciativa do governo Lula para determinar o que é ou não fake news. Em janeiro, a Advocacia-Geral da União criou uma estrutura destinada ao combate à desinformação.

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