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Lula fortalece laços bilaterais em meio a sigilo sobre polêmica nuclear

Teerã, 16 mai (EFE).- Uma intensa atividade bilateral e um sigilo absoluto sobre a negociação nuclear marcaram hoje o primeiro dia da esperada visita ao Irã do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isto não quer dizer que o tema principal, a possibilidade de conseguir um acordo que desbloqueie o conflito atômico entre o Irã […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 12h29.

Teerã, 16 mai (EFE).- Uma intensa atividade bilateral e um sigilo absoluto sobre a negociação nuclear marcaram hoje o primeiro dia da esperada visita ao Irã do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Isto não quer dizer que o tema principal, a possibilidade de conseguir um acordo que desbloqueie o conflito atômico entre o Irã e a comunidade internacional, esteja em segundo plano.

Fontes da delegação brasileira disseram à Agência Efe que a questão foi abordada pelos dois presidentes e depois discutida ao longo do dia "com boas sensações" pelos ministros de Assuntos Exteriores.

Na mesma linha se expressou o porta-voz do Ministério iraniano de Exteriores, Ramin Mehmanparast, que se mostrou "otimista" sobre a possibilidade de um acordo que satisfaça às duas partes.

Uma perspectiva positiva que parece estar avalizada pela inesperada decisão do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, outro dos mediadores, de viajar esta mesma noite a Teerã para participar amanhã de um encontro tripartite durante a cúpula do G-15.

Segundo a agência de notícias turca "Anatólia", Erdogan decidiu esta tarde mudar sua agenda e adiar uma viagem prevista, apenas 24 horas depois de assegurar que não iria se deslocaria até a capital iraniana.

Nos últimos meses tanto Lula como o chefe do Governo turco foram os principais defensores do regime iraniano, acusado pelas grandes potências de ocultar sob seu programa nuclear civil outro de ambições bélicas cujo objetivo seria adquirir um arsenal atômico, alegação que Teerã nega.

A queda-de-braço se agravou nos últimos seis meses, depois que o Irã colocou impedimentos na oferta de troca de combustível nuclear para seu reator civil e começou a enriquecer urânio a 20 % por seus próprios meios.

Desde então os Estados Unidos, apoiado por países como a França, o Reino Unido e a Alemanha, tentam pactuar uma nova bateria de sanções, às que se opõem Governos como o de Ancara e Brasília.

Fontes ligadas à negociação sugeriram que a estratégia de Lula é convencer o Irã a adotar uma política nuclear similar à do Brasil.

Isso se traduz em mais transparência, mais colaboração e abertura perante as inspeções internacionais e uma rejeição decidida às armas nucleares.

Como primeiro passo para desenredar o nó, o Brasil teria sugerido ao Irã que aceite a troca em um terceiro país, como já adiantou o ministro Celso Amorim semanas atrás.

Amorim falou da Turquia que, na sua opinião, é o país mais adequado por proximidade geográfica e pelas boas relações que tem com os dois Governos.

No entanto, nas últimas semanas, diversos responsáveis iranianos insistiram de novo no desejo do Irã de que a troca se produza de forma simultânea e nas suas próprias fronteiras.

À espera de um acordo que elevaria seu peso internacional, Lula centrou seu primeiro dia na capital iraniana em ampliar a relação econômica e comercial, apesar da ameaça de novas sanções que ainda pende.

O líder se reuniu com Ahmadinejad no começo da manha e depois foi recebido pelo líder supremo da revolução iraniana, aiatolá Ali Jameneí, que louvou as políticas brasileiras e expressou sua satisfação pela ampliação dos vínculos mútuos.

Depois, Lula e seu colega iraniano encerraram o IV Fórum de Comércio bilateral, durante o que se assinaram oito memorandos de entendimento em setores como a energia, o petróleo, a transferência de tecnologia e a abertura de novas linhas de crédito.

Ao término, os dois líderes coincidiram em pedir uma nova ordem econômica e comercial no mundo que conceda um maior protagonismo aos países emergentes.

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