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Lula foi "infeliz", diz ministro do TCU

O ministro do Tribunal de Contas da União disse que Lula foi "infeliz" ao tentar justificar as pedaladas fiscais como única forma de pagar os programas sociais


	Augusto Nardes, ministro do TCU: "foi uma infelicidade do ex-presidente Lula tentar justificar com uma ilegalidade as pedaladas"
 (Adriano Machado/ Reuters)

Augusto Nardes, ministro do TCU: "foi uma infelicidade do ex-presidente Lula tentar justificar com uma ilegalidade as pedaladas" (Adriano Machado/ Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2015 às 21h05.

Fortaleza - O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, afirmou na noite desta segunda-feira, 19, em Fortaleza, que o ex-presidente Lula foi infeliz ao tentar justificar as pedaladas fiscais como única forma de pagar os programas sociais, como o Bolsa Família.

"Foi uma infelicidade do ex-presidente Lula tentar justificar com uma ilegalidade as pedaladas", afirmou.

Nardes argumentou que, ao contrário do que Lula expôs, o mecanismo não foi utilizado apenas com os programas sociais. "A equalização foi feita inclusive para empréstimos externos. Ou seja, o governo tinha que ter pago isso e não pagou para os bancos, como o BNDES. Então não foram só os programas sociais. E mesmo que houvesse somente os programas sociais, a ilegalidade ela existe de qualquer forma", apontou o ministro.

Segundo ele, a Lei de Responsabilidade estabelece que não se pode utilizar bancos públicos para pagar programas sociais do governo. "Se o país quebra, quem perde? É o depositante. A Caixa não é do governo é da população brasileira", destacou.

Relator do processo que culminou com a desaprovação das contas do governo Dilma, Nardes comentou que era de conhecimento de todos a utilização do Bolsa Família no discurso para reeleição da presidente Dilma: "O que foi dito, durante a eleição, é que se não ganhasse, acabariam o Bolsa Família. E isso influência muito o voto das pessoas".

Ele reafirmou que as pedaladas continuaram em 2015 e que o TCU já está autuando novamente o governo. De acordo com o ministro, o Brasil vem utilizando dessa artimanha desde 2011. Mas a intensidade com que aconteceu em 2014 colocou em risco as contas públicas. "Em 2013 já tínhamos alertado a ela (Dilma) que estava acontecendo isso. E tínhamos alertado em 2011 e 2012", assegurou.

Para 2016, ele vislumbra um cenário negativo. "Nós temos dez estados que estão em precária condições de pagamento da folha. E o que está se caminhando para o Brasil é a mesma situação. O País está sem credibilidade. Precisamos recuperar a credibilidade do País, começando pelas contas. Temos que restabelecer a confiança. Aí depende de articulação política, de pacto político, pacto federativo e pacto pela governança, que são os três pactos importantes", recomendou.

Nardes evitou falar sobre o processo de impeachment, alegando se trata de uma atribuição exclusiva do Congresso.

Nardes esteve em Fortaleza para o lançamento de seu livro "Governança Pública: o desafio do Brasil". Ele proferiu palestra na sede Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e concedeu entrevista coletiva antes do evento.

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