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Lula e Xi Jinping assinam 37 acordos, e Brasil não adere à Nova Rota da Seda

Foi acertado um protocolo de "sinergias" em relação à iniciativa chinesa Cinturão e Rota

China's President Xi Jinping speaks at the podium during a reception on the eve of National Day at the Great Hall of the People in Beijing on September 30, 2024. (Photo by ADEK BERRY / AFP) (ADEK BERRY/AFP Photo)

China's President Xi Jinping speaks at the podium during a reception on the eve of National Day at the Great Hall of the People in Beijing on September 30, 2024. (Photo by ADEK BERRY / AFP) (ADEK BERRY/AFP Photo)

Agência o Globo
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Publicado em 20 de novembro de 2024 às 12h58.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente da China, Xi Jinping, para uma reunião e assinatura de acordos comerciais no Palácio da Alvorada na manhã desta quarta-feira.

Também participaram o vice-presidente Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Juscelino Filho (Comunicações), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Simone Tebet (Planejamento). Também estavam na reunião ao assessor especial Celso Amorim, o residente do BNDES Aloizio Mercadante, o presidente indicado ao Banco Central Gabriel Galípolo.

Na visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, o Brasil firmou 37 acordos com o país asiático, mas não aderiu à Nova Rota da Seda, chamado de Cinturão e Rota, o trilionário programa de investimentos chinês.

Foram fechados acordos em diversas áreas. Entre elas, a abertura de mercado para produtos agrícolas, intercâmbio educacional, cooperação tecnológica em várias áreas, como comércio e investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde, cultura.

Em relação à Nova Rota da Seda, foi firmado um protocolo sobre "sinergias", mas o Brasil não aderiu plenamente à iniciativa chinesa, como já havia antecipado ao GLOBO assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas a diplomacia brasileira entende que não há benefícios em aderir integralmente à Nova Rota da Seda, em meio ao cenário internacional conturbado e também devido à tradição diplomática brasileira.

"A palavra-chave é sinergia. Não é assinar embaixo, como uma apólice de seguro. Não estamos entrando em um tratado de adesão. É uma negociação de sinergias", disse ao GLOBO em outubro o principal assessor de Lula para assuntos internacionais.

A íntegra ainda não está disponível e será publicada pelo Ministério de Relações Exteriores.

Outras visitas

Desde o estabelecimento das relações diplomáticas entre o Brasil e a China em 1974, ocorreram cinco visitas de Estado de presidentes chineses ao Brasil:

1993 - o então presidente Jiang Zemin realizou a primeira visita oficial ao Brasil, marcando o início de uma série de intercâmbios de alto nível entre os dois países.

2004 - o ex-presidente Hu Jintao visitou o Brasil, consolidando a parceria estratégica estabelecida em 1993 e ampliando a cooperação bilateral em diversas áreas.

2014 - o presidente Xi Jinping esteve no Brasil para participar da VI Cúpula do Brics, realizada em Fortaleza, e em seguida fez uma visita de Estado a Brasília, com reforço dos laços econômicos e políticos.

2019 - Xi Jinping retornou ao Brasil para a XI Cúpula do BRICS, ocorrida em Brasília, onde foram discutidas questões de interesse comum e aprofundadas as relações bilaterais.

2024 - Xi participou da Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro, e nesta quarta-feira fará uma visita de Estado a Brasília, com acordos em agricultura, infraestrutura e finanças.

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