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Lula e ministros viajam ao Rio Grande do Sul; número de mortes sobe para 13

Conforme último balanço da Defesa Civil do Estado, as fortes chuvas já causaram 13 mortes e 21 pessoas estão desaparecidas

Temporais: mais de 19 mil pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul (Gustavo Ghisleni/AFP)

Temporais: mais de 19 mil pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul (Gustavo Ghisleni/AFP)

Publicado em 2 de maio de 2024 às 07h25.

Última atualização em 2 de maio de 2024 às 14h35.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou, às 7h30 desta quinta-feira, 2, para Santa Maria, no Rio Grande do Sul. A previsão é que, entre 10h e 10h30, Lula sobrevoe as áreas afetadas pelas fortes chuvas. Após o sobrevoo, o chefe do Executivo federal irá se reunir com o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), às 10h40, na Base Aérea de Santa Maria. Às 12h30, Lula voltará à capital federal, Brasília, com previsão de chegada às 14h45.

Conforme balanço da Defesa Civil do Estado atualizado às 17h30 desta quarta, 1, as fortes chuvas já causaram 13 mortes e 21 pessoas estão desaparecidas. Ao todo, mais de 19 mil pessoas de 114 municípios foram afetadas, 3.416 pessoas estão desalojadas e 1.072 foram levadas para abrigos.[/grifar]

"Eu estou pensando em ir amanhã ao Rio Grande do Sul para que a gente possa ajudar de forma efetiva a diminuir o sofrimento desse povo", disse na quarta, 1, o presidente em telefonema com o governador Eduardo Leite (PSDB), divulgado nas redes sociais de Lula.

A prioridade é o resgate de famílias ilhadas. Na conversa, Lula disse que oito helicópteros das Forças Armadas estão prontos para apoiar ações de resgate, porém não conseguem decolar em razão do tempo no estado. "Os helicópteros já estão preparados para ir ao Rio Grande do Sul assim que o teto permitir", disse Lula.

Os ministros Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Renan Filho (Transportes) e Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) acompanham o presidente Lula da na viagem ao Rio Grande do Sul. A comitiva deve ter reuniões com o governador, Eduardo Leite, e equipes da Defesa Civil que participam do trabalho na região.

Em nota, o Ministério dos Transportes afirmou que colocou seu corpo técnico à disposição para "garantir atendimento imediato e digno à população, bem como celeridade no restabelecimento do fluxo viário" no Rio Grande do Sul.

Lula também disse não ter "limite de homens" para enviar ao Rio Grande do Sul para auxiliar a mitigar os danos causados pelas chuvas. "Não tem limite pra gente colocar não. Se tem só 30, a gente vai colocar 60, 70, 100. Não tem limite", afirmou.

Dificuldade de resgates

Segundo Leite, os fortes temporais deste ano estão não só causando estragos, como dificultando a realização dos resgates dos desaparecidos. Balanço da gestão estadual aponta que o volume de chuvas já superou os 400 milímetros em algumas regiões.

"No ano passado, por exemplo, no momento crítico de setembro, no Vale do Taquari, nós tivemos uma enxurrada, mas em seguida o tempo nos deu condição de entrar em campo para fazer socorro, resgate e salvar centenas de vidas", disse Leite.

"Neste momento nós estamos tendo muitas dificuldades operacionais para colocar as equipes em campo, seja do Exército, da Brigada Militar ou do Corpo de Bombeiros", continuou o governador. "É uma situação muito crítica."

Nas redes sociais, Leite chegou a comparar as chuvas no Estado a um cenário de guerra. "Precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como o de uma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos", escreveu em publicação no X (antigo Twitter).

Situação de calamidade

O governador gaúcho também afirmou nesta quarta, que os estragos causados pelas fortes chuvas que têm atingido as cidades gaúchas ao longo dos últimos dias devem resultar no "maior desastre" já enfrentado pelo Estado, superando o de setembro de 2023.

"Será o maior desastre que o nosso Estado já tenha enfrentado. Infelizmente maior do que o que nós assistimos no ano passado", disse Leite. Em setembro de 2023, ao menos 41 pessoas morreram após a passagem de um ciclone pelo Rio Grande do Sul.

Por conta disso, Leite declarou estado de calamidade pública. O decreto foi publicado na noite de quarta no Diário Oficial e permanecerá em vigor por 180 dias. A medida destaca a severidade dos impactos das chuvas, inundações, granizo, alagamentos, enxurradas e vendavais no Estado, sendo categorizados como desastres de Nível III, classificados por danos e prejuízos substanciais.

Além disso, estabelece que os órgãos e entidades da administração pública estadual devem prestar apoio imediato às áreas afetadas, em estreita colaboração com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. O texto também prevê a possibilidade de os municípios afetados solicitarem auxílio semelhante, cujas solicitações serão avaliadas e homologadas pelo Estado, garantindo uma resposta ágil e coordenada diante da emergência.

Entretanto, Leite afirmou que eles "não terão capacidade de fazer todos os resgates" e solicitou que os moradores saiam o quanto antes de suas casas.

Primeiras ações

A primeira conversa entre Lula e Eduardo Leite ocorreu na terça, 30, quando o governador gaúcho solicitou apoio do governo federal. A Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada e colocou dois helicópteros à disposição.

De acordo com a FAB, uma família foi resgatada de uma casa que estava ficando submersa na região de Candelária e levada até Santa Cruz. Porém, não houve condições das aeronaves decolarem de Santa Maria por causa do tempo. Até o momento, foram resgatadas sete pessoas.

O presidente garantiu ainda o envio de mais homens para ajudar a população. De acordo com o Ministério da Defesa, 335 militares participam das ações de apoio à população gaúcha atingida pelas fortes chuvas, no resgate de pessoas ilhadas, na distribuição de água, alimentos e donativos, na recuperação de infraestrutura danificada, na montagem de barracas para desabrigados e fornecimento de colchões. Foram disponibilizados também 12 embarcações, cinco helicópteros e 43 viaturas.

*Com informações da Agência Brasil, GLOBO e Estadão Conteúdo

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