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Lula e Janja aderem à carta pela democracia da USP

O manifesto, que é aberto ao público, já ultrapassou a marca de 790 mil adesões

O documento será lido em ato no dia 11 de agosto no Largo de São Francisco, também no Pátio das Arcadas. (Marcos Brindicci / Correspondente/Getty Images)

O documento será lido em ato no dia 11 de agosto no Largo de São Francisco, também no Pátio das Arcadas. (Marcos Brindicci / Correspondente/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de agosto de 2022 às 10h59.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua mulher, a socióloga Rosângela "Janja" da Silva, assinaram nesta segunda-feira (8) a carta pela democracia organizada pela Faculdade de Direito da USP. O manifesto, que é aberto ao público, já ultrapassou a marca de 790 mil adesões. Trata-se de uma reação às investidas do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.

Os candidatos à Presidência Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Felipe D'Ávila também aderiram ao manifesto, além dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). O candidato a vice na chapa do PT, Geraldo Alckmin (PSB), também assinou.

O ex-presidente Lula hesitava em assinar a carta por temer que sua adesão fosse interpretada como um gesto eleitoreiro ou, ainda, fizesse com que o documento fosse apontado como enviesado. O tópico vinha sendo discutido pelo comando da campanha do petista, que avaliava ainda o risco de sua subscrição partidarizar o debate. O fato de candidatos à Presidência de outros partidos terem assinado a carta fez com que nomes próximos a Lula passassem a defender a ideia de que o ex-presidente também aderisse.

Nesta segunda-feira (8), completam-se 45 anos da leitura da primeira carta pela democracia, ocorrida em 8 de agosto de 1977 no Pátio das Arcadas da Faculdade de Direito da USP, no centro de São Paulo. Naquela ocasião, o professor Goffredo Telles Júnior apresentou um documento crítico à ditadura militar e ao sufocamento das liberdades durante o regime. Assim como o manifesto recente, aquele reuniu signatários de diferentes visões políticas.

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A nova carta pela democracia foi redigida em reação à investida mais enfática do presidente Jair Bolsonaro contra o processo eleitoral até o momento. Em 18 de julho, o chefe do Executivo reuniu embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada para desacreditar, sem apresentar provas, a segurança do sistema eletrônico de votação e colocar em descrédito os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cuja atribuição é garantir a lisura do pleito.

O documento será lido em ato no dia 11 de agosto no Largo de São Francisco, também no Pátio das Arcadas.

Na última terça-feira, dia (2), o presidente chamou de "sem caráter" e "cara de pau" os cidadãos que assinaram o documento. Ele argumentou que o manifesto é fruto de apoiadores da esquerda que admiram ditaduras da América Latina, artistas que costumavam obter mais recursos da Lei Rouanet, entre outros.

O documento é assinado por juristas, ministros eméritos do Supremo Tribunal Federal (STF), docentes universitários, membros dos tribunais de contas e do Ministério Público, empresários de vários setores, banqueiros, artistas e líderes políticos, entre outras personalidades de diversas categorias.

(Estadão Conteúdo)

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