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Lula e Cunha réus de novo; Argello…

Mais uma vez, nomes da política se destacam no noticiário jurídico. No fim da tarde desta quinta-feira, Luiz Inácio Lula da Silva se tornou réu pela terceira vez neste ano. O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira aceitou denúncia contra o petista. Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente e empresário, o empreiteiro Marcelo Odebrecht […]

LULA E CUNHA: dia de o ex-presidente ser testemunha do ex-presidente da Câmara  / Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

LULA E CUNHA: dia de o ex-presidente ser testemunha do ex-presidente da Câmara / Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2016 às 18h56.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h11.

Mais uma vez, nomes da política se destacam no noticiário jurídico. No fim da tarde desta quinta-feira, Luiz Inácio Lula da Silva se tornou réu pela terceira vez neste ano. O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira aceitou denúncia contra o petista. Taiguara Rodrigues dos Santos, sobrinho do ex-presidente e empresário, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais oito pessoas também aparecem no despacho do juiz. Todos são acusados por organização criminosa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e tráfico de influência.

O ex-presidente também é réu em ações penais na 10ª Vara Federal, em Brasília, por obstrução de Justiça ao lado de Delcídio do Amaral. Ambos são acusados de planejar a compra de silêncio e fuga de Nestor Cerveró. Na Operação Lava-Jato, Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por receber 3,7 milhões de reais da OAS, incluindo a reforma de um tríplex no Guarujá.

Lula é acusado agora de usar de sua influência no BNDES para liberar empréstimos à Odebrecht para financiamento de obras em Angola, na África. Em troca, a empreiteira contratou serviços da empresa de Taiguara e palestras do ex-presidente como repasse de vantagens indevidas. Os valores totais de propina, segundo a denúncia, seriam de mais de 30 milhões de reais. Os réus têm 10 dias para entregar suas defesas.

Enquanto isso, em Curitiba, dois fatos. O primeiro é a primeira ação penal aberta contra o ex-deputado federal Eduardo Cunha na Lava-Jato. Trata-se da existência de contas na Suíça em seu nome, que seriam abastecidas por dinheiro de propina do esquema de corrupção da Petrobras.

O caso segue de onde parou no Supremo Tribunal Federal, quando Cunha tinha direito à prerrogativa de foro pelo mandato na Câmara. O peemedebista tem 10 dias para apresentar sua defesa.

Apesar de colecionar ações penais e inquéritos, essa é a segunda vez que ele se torna réu na Lava-Jato, sendo a primeira por receber 5 milhões de dólares em vantagens indevidas para exercer influência na contratação de navios-sonda pela estatal.

Já o ex-senador pelo PTB do Distrito Federal Gim Argello foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado por envolvimento na Operação LavaJato, sentenciou nesta terça-feira o juiz federal Sergio Moro. Mediante o pagamento de propinas, Argello atuou para bloquear convocações para depoimentos de empreiteiros na CPI da Petrobras, em 2014.

O senador foi vice-presidente da Comissão e, segundo a PF, há provas de que ele “teria atuado de forma incisiva” para impedir os depoimentos. A Lava-Jato teve por base as confissões de pagamentos a Argello presentes nas delações de Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, e do lobista Julio Camargo. O nome de Argello também apareceu durante as investigações contra Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS. De acordo com a delação de Pessoa, o ex-senador teria recebido de sua empresa 5 milhões de reais em propinas pagas aos partidos de sua base em forma de doações eleitorais. A investigação estima um total de 7,3 milhões de reais em subornos.

Os crimes imputados foram de obstrução à Justiça, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Argello foi detido em abril na 28ª fase da investigação, que apurava a motivação das doações eleitorais dessas empresas. À época, o lobista Julio Camargo revelara que mediou operações para evitar convocação de membros da empresa de engenharia Toyo Setal na CPI, o que fez com que a Polícia Federal abrisse o leque de empresas antes citadas na Lava-Jato. Pessoa recebeu condenação de 10 anos e seis meses — mas já fechou acordo de delação que abrandará a pena.

Léo Pinheiro, por outro lado, foi sentenciado a oito anos e dois meses, que devem se juntar às penas de 16 anos e quatro meses que já detém na Lava-Jato. Seus assessores, que estavam presentes na denúncia e chegaram a ser presos temporariamente, foram absolvidos por falta de provas.

Moro determinou que as cifras comprovadamente desviadas no esquema de Argello sejam restituídas aos cofres do Congresso Nacional, já que a “vítima” do esquema foi o Legislativo. Para o juiz, os atos do ex-senador representam “afronta à dignidade do Parlamento”.

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