Brasil

Lula e Bolsonaro participam de debate na Band; confira os destaques

Lula, Bolsonaro e outros quatro candidatos à Presidência da República participaram do primeiro debate das eleições de 2022 neste domingo, 28

 (Ricardo Stuckert/Alan Santos/Flickr)

(Ricardo Stuckert/Alan Santos/Flickr)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 28 de agosto de 2022 às 21h04.

Última atualização em 1 de setembro de 2022 às 14h54.

Seis candidatos à Presidência da República participam neste domingo, 28, do primeiro debate presidencial das eleições de 2022, ao vivo na Band, em parceria com a TV Cultura, com o portal UOL e com o jornal Folha de S.Paulo.

O programa começou às 21h. O eleitor pode acompanhar pela televisão, pelos sites dos portais ou pelo YouTube, no canal da TV Bandeirantes e de outros parceiros. A EXAME publica os destaques do debate.

Os candidatos estão posicionados no estúdio na seguinte ordem, da esquerda para a direita: Felipe D'Ávila (Novo), Lula (PT), Simone Tebet (MDB), Jair Bolsonaro (PL), Soraya Thronicke (União Brasil) e Ciro Gomes (PDT).

Corrupção

No confronto direito entre os candidatos, o primeiro a perguntar foi Bolsonaro, que escolheu Lula para questionar sobre corrupção na Petrobras. “Quer voltar ao poder para quê? Para continuar fazendo a mesma coisa na Petrobras?”, perguntou.

Lula afirmou que "as pessoas precisam saber que inverdades não valem a pena na televisão, e citar números que são mentirosos também não compensam". Segundo ele, "não teve nenhum presidente da República que fez mais investigação para que a gente apurasse a corrupção do que nós fizemos".

O ex-presidente apontou que foi no governo dele que foi criado o Portal da Transparência, a Lei Anticorrupção e a lei contra lavagem de dinheiro, entre outras medidas que teriam combatido a corrupção.

Na réplica, Bolsonaro citou a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. "Tudo no seu governo foi aparelhado, exceto o Banco Central", disse. "Palocci conclui, na delação premiada, que o senhor recebia pacotes dele mesmo a título de propina", afirmou o presidente.

"O seu governo foi marcado pela cleptocracia, feito à base de roubo. Essa roubalheira era para conseguir apoio dentro do Parlamento, não apenas para o presidente Lula", disse Bolsonaro, que classificou a resposta do petista como "mentirosa". "O seu governo foi o mais corrupto da história do Brasil", reforçou.

Lula aproveitou a tréplica para citar outras medidas positivas tomadas durante os governos do PT. Afirmou que a Petrobras ganhou "o tamanho que ganhou" naquela época. O petista também afirmou que o governo dele é marcado por "maior política de inclusão social, maior geração de emprego, maior aumento do salário mínimo, maior investimento na agricultura familiar e criação do Simples". 

Lula também disse que o governo do PT foi o que "mais fez investimento na educação", o que resultou em uma "revolução" no país. "Meu governo deveria ser conhecido exatamente por isso. Tinha 3,5 milhões de estudantes. Quando saí da Presidência, tinha 8,5 milhões de estudantes nas universidades", afirmou.

"Nunca o Brasil foi tão respeitado no mundo [na época do PT]. É um país que o atual presidente está destruindo. Adora falar números que não existem", afirmou Lula. Durante o debate, Bolsonaro disse que "nunca tivemos tanto dinheiro de fora do Brasil investido aqui, inclusive em torno de 20% do nosso PIB". "É um governo que está dando certo, a economia esta bombando", afirmou.

Lula alfinetou Bolsonaro, ao dizer que "hoje, qualquer coisinha é sigilo de cem anos", em referência ao decreto do presidente que garante que os gastos do cartão corporativo não serão divulgados. O ex-presidente disse que, quando eleito, "num decreto só, vou tirar o sigilo de 100 anos”.

Fome 

Ciro perguntou a Bolsonaro sobre o aumento da fome no país, lembrando que o presidente afirmou recentemente que essa escalada não tem acontecido. O pedetista disse que Bolsonaro "costuma falar muitos absurdos, não sei se por maldade ou para desviar atenção dos gravíssimos problemas do governo", e que, entre "tantas aberrações", a declaração sobre a fome o deixou "chocado".

Em resposta, o presidente destacou o aumento no Auxílio Brasil, que, segundo ele, na época do governo Lula, era de R$ 190, em média. "Passou para no mínimo R$ 400. Foi o meu governo, contra o voto do PT na Câmara. Foi o meu governo, junto ao Parlamento, que fez diminuir o ICMS dos combustíveis, contra voto do senador do PT no Senado", disse.

Bolsonaro afirmou que, na época do PT, o governo pagava "uma miséria" de Bolsa Família. "Tinha gente que ganhava R$ 80 por mês. Entramos nessa área para valer", disse. Segundo ele, Lula "está preocupado com votos, nada além disso". 

"Meu governo deu mais R$ 200 de Auxílio Brasil até o fim do ano e esse valor será definitivo a partir do ano que vem", prometeu Bolsonaro. "O meu governo atendeu os mais necessitados, os mais pobres. Alguns passam fome, sim. Não nesse número exagerado. Querer fazer demagogia com número é complicado, inadmissível", disse.

"Quem ganha ate 1,9 dólares por dia está na linha de pobreza, equivale a R$ 10 por dia. O Auxílio Brasil paga R$ 20. Quem porventura está abaixo da linha de pobreza -- deve ter gente, sim -- é só se cadastrar que vai ganhar Auxílio Brasil de R$ 600", acrescentou Bolsonaro.

O presidente afirmou que o governo "tem todo um olhar especial para os mais pobres". "Lá atrás, quando se conseguia emprego, perdia Bolsa Família. No meu governo, não perde o Auxílio Brasil", acrescentou. O governo, segundo ele, "atende os mais necessitados e procura incluí-los".

Bolsonaro também lembrou do Auxílio Emergencial durante os primeiros meses de pandemia, pago a 68 milhões de pessoas, "mesmo tendo contra ele, no Senado, partidos como PT, PCdoB, PSol e outros". "Fazemos nossa parte. Temos, sim, colaborado para que essa chaga seja afastada", disse.

O presidente pontuou que o problema da inflação veio da política defendida por adversários durante a pandemia, de "fica em casa, a economia a gente vê depois". Ele afirmou que a inflação no Brasil é uma das menores no mundo e que o governo atual está "colaborando na geração de empregos". 

"Muitos diziam que apenas a partir do ano que vem voltaríamos aos números de pré-pandemia. Voltamos agora. Mês que essa taxa deve chegar a 8%. Fizemos milagre nessa pandemia", disse Bolsonaro.

Lula disse que quer voltar a governar o país para aumentar o número de empregos, garantir aumento do salário mínimo e fazer uma reforma tributária, "que mandei duas vezes para o Congresso e não passa". "A economia crescia 7,5% quando deixei a Presidência. Foi o mais importante governo de inclusão social da história deste país", afirmou.

"A senhora disse que não viu o que fizemos no Brasil. Mas seu motorista viu, sua empregada viu, seu jardineiro viu", respondeu Lula à candidata Simone Thronicke, quando perguntado sobre propostas econômicas. "Os pobres cresceram neste país e garantiram cidadania", disse.

Auxílio de R$ 600

Bolsonaro disse, em mais de uma oportunidade, que o auxílio será mantido em R$ 600 e lembrou que o aumento do valor foi aprovado apesar da oposição no Congresso -- embora os parlamentares do PT e de outros partidos de esquerda tenham votado a favor da medida. Perguntado de onde vai tirar dinheiro para bancar o benefício, o presidente afirmou que “não metendo a mão no bolso do povo”. 

“Como conseguir recursos? Não roubando, não metendo a mão no bolso do povo”, disse Bolsonaro. “Tenho acertado com a equipe econômica, conversado, dentro da responsabilidade fiscal”, acrescentou. “Está programado recursos das estatais irem para esse lado de cá do Orçamento."

O presidente lembrou que renegociou o pagamento de precatórios da União neste ano, o que abriu espaço no Orçamento de 2022 para acomodar o auxílio, “contra o voto do PT na Câmara, porque, para o PT, quanto pior estiver o povo, mais pobre, melhor é para eles fazerem política em cima disso”. 

Bolsonaro também ressaltou que o governo diminuiu o preço da gasolina e cortou impostos de importação de certos produtos. “Conseguimos no corrente ano diminuir o teto do ICMS em todo o Brasil, de forma que a gasolina hoje está abaixo de R$ 5 reais em alguns estados. Contra o voto dos senadores do PT”, ressaltou.

Em relação à taxação de grandes fortunas, medida defendida por alguns candidatos, o presidente disse que o resultado seria que “o capital vá embora”.

Lula pontuou que o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 não está na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apesar da promessa de Bolsonaro de manter o valor. "Importante lembrar que a manutenção dos R$ 600 não está na LDO que foi mandada para o Congresso. Significa que existe uma mentira no ar", disse.

O ex-presidente também afirmou que Bolsonaro disse uma "inverdade" ao afirmar que o PT não apoiou o aumento do auxílio. "O PT já faz dois anos que tem reivindicado R$ 600 no Bolsa Família. A bancada do PT votou favorável, porque acha que o povo tem que receber efetivamente esse auxílio, mas é preciso que faça essa política concomitante com crescimento da economia e geração de empregos", afirmou Lula.

Bolsonaro, na tréplica, disse que "está no DNA" de Lula "mentir e inventar números". Quanto à LDO, ele afirmou que é possível resolver. "Tenho contato com lideranças da Câmara. Depois das eleições podemos fazer algo mais detalhado para buscarmos recursos para bancar R$ 600", disse. Ele ressaltou que "temos um teto de gastos e temos de onde tirar recurso". 

Educação

Os primeiros minutos do debate foram usados para que os candidatos esclarecessem pontos sobre os programas de governo. A pergunta inicial foi sobre propostas sobre inflação e emprego, direcionada aos candidatos Felipe D’Ávila e Soraya Thronicke. Eles foram questionados sobre como acomodar políticas como auxílios aos mais vulneráveis e corte de impostos no orçamento.

D’Ávila afirmou que esse é "o maior problema" e que "a economia está estagnada há mais de 20 anos". "Temos de conciliar com o gasto público, mas, para fazer isso, é preciso cortar desperdício na máquina pública". Soraya afirmou que a solução é "um imposto único federal".

Outra pergunta, feita para a Lula e Ciro Gomes, foi qual é o plano dos candidatos para a educação, especialmente após a pandemia de covid-19, em que muitas crianças ficaram fora das escolas. Lula afirmou que o assunto será debatido logo no início de janeiro com governadores, se ele for eleito.

"A primeira coisa que pretendo fazer, se ganhar as eleições, é, logo no começo de janeiro, convocar uma reunião com todos os governadores e prefeitos das capitais, no primeiro momento, para fazer um pacto", afirmou Lula. Segundo ele, é preciso travar "uma verdadeira guerra contra o atraso educacional que a pandemia deixou e pelo corte de dinheiro que houve na Educação".

O ex-presidente afirmou que, durante seus mandatos, quintuplicou o orçamento da Educação, que "lamentavelmente foi abandonada nesse país". "Hoje nós temos dois tipos de estudante: aquele que teve acesso a tablet e computador e continuou estudando durante a pandemia e os mais pobres, que não conseguiram acompanhar e ficaram sem ir para a aula", comentou Lula. Ele também falou que há um alto nível de evasão escolar no ensino médio. "Precisamos trazer essas pessoas", disse.

Ciro lembrou que o Ceará, estado que governou, tem hoje "a melhor educação pública do Brasil", com 79 das 100 melhores escolas públicas do Brasil. "Eu ajudei a produzir isso", afirmou. "Os problemas de hoje não nasceram agora. O descuido com a educação parece ser um projeto de governo", disse.

O candidato do PDT defende "mudar o padrão pedagógico, mudar decoreba por ensino emancipador e mudar o modelo de financiamento da educação brasileira". Sem mudar o financiamento, segundo ele, as promessas serão "falsas" ou com "desconhecimento da realidade".

Instituições

Os mediadores perguntaram a Simone Tebet e Jair Bolsonaro o que farão para reduzir o clima de tensão entre as instituições no Brasil. Tebet afirmou que existe uma "radicalização e um desarmonia em função de termos um presidente que ameaça a democracia e os valores democráticos a todo momento". E defendeu: "Precisamos trocar o presidente da República."

Bolsonaro afirmou que, quando foi eleito, escolheu os ministros com "critérios" e "sem ingerência política", o que, segundo ele, "causou desconforto por parte de políticos e partidos, como o MDB (de Tebet)". "Abalei a harmonia onde todos eram amiguinhos, e obviamente davam uma banana para o povo brasileiro", disse o presidente.

Sobre possíveis problemas com o STF, Bolsonaro afirmou que hoje acontece "interferência e ativismo judicial" no país. "Um ministro, agora há pouco, interferiu, mandando investigar, fazendo busca e apreensão e outras barbaridades, um grupo de empresários. Esse não é o trabalho do Judiciário", afirmou.

Bolsonaro também lembrou da prisão do deputado Daniel Silveira, a quem concedeu anistia. "Não interessa o que ele falou, ele tem imunidade", argumentou. "Alguns ministros do STF querem a qualquer preço interferir no Poder Executivo, não podemos admitir isso", disse. 

Pandemia

Durante o debate, Tebet criticou a postura de Bolsonaro durante a pandemia de covid-19. "Não vi o presidente da República pegar a moto dele e entrar em um hospital para abraçar uma mãe", disse. A candidata lembrou que participou da CPI da Covid, que pediu o indiciamento de Bolsonaro e de ministros do governo por suspeitas de corrupção na compra de vacinas.

Bolsonaro apontou a atuação de Tebet na CPI. "A senhora foi conivente com a corrupção na CPI. Não achou nada contra mim. Escondeu Carlos Gabas, que desviou 50 milhões de reais e não foi investigado pela CPI. A senhora é uma vergonha no Senado Federal", disse. 

Tebet disse que a CPI concluiu que houve corrupção do governo durante a pandemia. "O que vi: houve corrupção, tentativa de comprar vacinas superfaturadas. Os documentos estão aí. Covaxin é o contrato mais escabroso que eu vi", lembrou.

A candidata do MDB afirmou que entrou na CPI "comovida com a dor das famílias" e saiu "totalmente indignada, sim, pela insensibilidade do atual presidente, que negou vacina, atrasou 45 dias". "Muitas pessoas poderiam estar entre nós e não estão por culpa da insensibilidade do governo. Até hoje dá mau exemplo e não se vacinou", disse.

Em resposta, Bolsonaro disse que as acusações são mentirosas. Tebet destacou, porém, que "a corrupção não começou neste governo". Em resposta a Lula, ela afirmou que "este governo tem esquemas de corrupção, como lamentavelmente teve o governo de vossa excelência".

Mulheres

Tebet afirmou que Bolsonaro, quando era deputado, "defendeu assassino de uma mulher no Senado e torturador de mulher". Além disso, ressaltou que ele "votou contra os direitos das mulheres, ameaça jornalistas e agride as mulheres brasileiras".

"Vem com discurso barato de que eu ataco mulheres. Não cola mais", respondeu Bolsonaro. "Chega de vitimismo. Somos todos iguais. Sancionei mais de 60 leis em defesa das mulheres e tenho certeza que mais da metade das mulheres do Brasil me amam", afirmou.

Perguntado sobre o assunto, Lula disse que não assumirá o compromisso de ter um governo com o mesmo número de representantes mulheres e homens. Tebet rebateu: "Meu ministério terá paridade de mulheres, mas não terá ninguém envolvido em escândalo de corrupção".

Veja as regras do debate

São três blocos, com confrontos diretos e perguntas feitas por jornalistas. 

Primeiro bloco

- Cada candidato terá 1 minuto e meio para responder perguntas sobre os programas de governo
- Será uma mesma pergunta para cada dois candidatos, de acordo com o posicionamento no estúdio
- Em seguida, cada candidato terá 1 minuto para fazer a pergunta a outro candidato escolhido por ele
- O candidato que responder terá 4 minutos para resposta e tréplica
- O candidato que perguntou terá direito a um minuto para réplica

Mediadores: Eduardo Oinegue e Adriana Araújo (Band)

Segundo bloco

- Seis jornalistas farão perguntas e escolherão quem comenta
- Cada pergunta vai durar até 1 minuto, assim como os comentários
- O candidato escolhido para responder terá 4 minutos entre resposta e réplica
- Todos respondem e todos comentam

Mediadores: Eduardo Oinegue e Adriana Araújo (Band)

Terceiro bloco

- Cada candidato terá 1 minuto para fazer pergunta a outro candidato
- O candidato que responde terá 4 minutos entre resposta e tréplica
- O candidato que perguntou terá 1 minuto para réplica
- Em seguida, haverá mais uma série de perguntas programáticas para todos os candidatos
- Cada candidato terá 1 minuto para responder
- Será um pergunta para cada dois candidatos
- Depois, cada candidato terá 2 minutos para considerações finais, em ordem invertida ao início do debate

Mediadores: Leão Serva (TV Cultura) e Fabíola Cidral (UOL)

 

 

Veja as datas de todos os debates para presidente no 1º turno

Estão previstos até o momento cinco principais debates para presidente no primeiro turno:

  • 28/8 (domingo): debate da Bandeirantes, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo (conjunto)
  • 2/9 (sexta-feira): debate da RedeTV
  • 13/9 (terça-feira): debate da TV Aparecida
  • 24/9 (sábado): debate da CNN, Veja, SBT, O Estado de S. Paulo, NovaBrasil FM e Terra (conjunto)
  • 29/9 (quinta-feira): debate da TV Globo

O primeiro turno da eleição está marcado para 2 de outubro de 2022 e o segundo turno, se houver, para 30 de outubro. Além de presidente, os eleitores escolhem neste ano governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais/distritais.

LEIA TAMBÉM: Quais são os números dos candidatos à Presidência nas urnas em 2022

Acompanhe tudo sobre:Auxílio BrasilBolsa famíliaCiro GomesCorrupçãoDebates eleitoraisEleições 2022ICMSInflaçãoJair BolsonaroLuiz Inácio Lula da SilvaPolíticaSimone-Tebet

Mais de Brasil

'Tentativa de qualquer atentado contra Estado de Direito já é crime consumado', diz Gilmar Mendes

Entenda o que é indiciamento, como o feito contra Bolsonaro e aliados

Moraes decide manter delação de Mauro Cid após depoimento no STF

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe