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Lula diz que também não gosta da inflação a 6%

Ex-presidente afirmou que a inflação na casa dos 6% está alta e que é preciso trabalhar para baixá-la

Ex-presidente Lula durante encontro com os pré-candidatos do PT (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Ex-presidente Lula durante encontro com os pré-candidatos do PT (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2014 às 21h08.

Porto Alegre - O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na noite desta quinta-feira que a inflação na casa dos 6% está alta e que é preciso trabalhar para baixá-la.

"Também não estou gostando da inflação a 6%. Eu a quero a 4%, se possível a 3,5%", afirmou durante palestra na capital gaúcha.

Segundo Lula, este é igualmente o desejo da presidente Dilma Rousseff. "A presidente tem compromisso com isso. Ela sabe que (a inflação) afeta o trabalhador."

Lula ponderou que não se deve avaliar a inflação apenas no curto prazo, mas também no longo, e chamou a atenção para a trajetória da variação de preços durante o governo petista.

"Durante 11 anos este País deu aumento real de salário com inflação dentro da meta", falou. "Nós estamos exatamente há 11 anos dentro da meta estabelecida, respeitando a banda de dois (pontos porcentuais) para cá e dois para lá."

O ex-presidente usou uma metáfora para explicar o atual comportamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): "A inflação está um pouquinho alta, é como se a gente não estivesse com 37 de febre, mas sim com 38.

Então é melhor começar a tomar remédio já, para não deixar chegar a 39, senão tem que dar um choque, um banho gelado", comentou.

Lula disse ainda que gostaria que o País vivesse hoje uma situação econômica melhor, mas ponderou que as pessoas não devem criticar, ou reclamar, sem fazer uma avaliação mais concreta dos fatos.

"Todo mundo, inclusive eu, gostaria que o PIB brasileiro estivesse crescendo 10%, todo mundo gostaria que a economia estivesse muito mais forte, exportando muito mais, que todo mundo tivesse vivendo em um mar de tranquilidade", revelou.

"Acontece que nem na nossa vida pessoal, nem numa Prefeitura, nem no governo (federal) isso é possível todo dia."

Segundo ele, é importante analisar a conjuntura econômica atual do Brasil sem esquecer os avanços do passado recente e o que pode ser conquistado no futuro.

"O que mais me incomoda é quando um filho senta à mesa para comer à noite e começa a reclamar sem se importar se a família teve dinheiro para comprar aquilo", afirmou.

"E no mundo político é a mesma coisa, a gente deixa de fazer a avaliação correta e passa a reclamar sem se importar com as coisas."

Crédito

O ex-presidente, que fica em Porto Alegre até amanhã, quando participa de ato político do PT com a presença da presidente Dilma, disse que, nos 11 anos do partido à frente do governo federal, houve um aumento significativo na concessão de crédito no Brasil, mas que o volume atual ainda é pouco.

"Acho que temos que chegar a 99% ou 100% de PIB (em recursos) para a concessão de crédito", revelou. "Quebramos o tabu ao mostrar que o crédito era uma coisa boa."

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