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Lula diz que Marina é 'inteligente' e 'jamais seria contra' pesquisa na Margem Equatorial

Presidente defende exploração com segurança ambiental e afirma que decisão será técnica

xploração de petróleo: Lula reforça compromisso com pesquisa na Margem Equatorial (AFP/AFP Photo)

xploração de petróleo: Lula reforça compromisso com pesquisa na Margem Equatorial (AFP/AFP Photo)

Agência o Globo
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Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 09h32.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (14) que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não se opõe à pesquisa de petróleo na Margem Equatorial, desde que seja feita com segurança ambiental.

"Eu tenho certeza que a Marina jamais será contra. A Marina é uma pessoa inteligente. O que ela quer não é que não se faça, mas sim como fazer", disse Lula.

O presidente destacou que a Petrobras tem capacidade técnica para conduzir a perfuração sem causar danos ao meio ambiente. Ele também reiterou que eventuais riquezas descobertas na região poderiam ajudar a financiar a transição energética, argumento criticado por ambientalistas.

"Se a gente tiver capacidade de fazer isso com segurança, a Petrobras tem, o governo quer, e a gente quer mostrar para o Ibama e para os especialistas que é plenamente possível", afirmou Lula.

A Petrobras aguarda a autorização do Ibama para iniciar os estudos na região, que podem revelar reservas de até 30 bilhões de barris de petróleo.

Pressão política e embate com ambientalistas

Nos últimos dias, Lula tem sido criticado por contradições em sua agenda ambiental. Enquanto defende políticas sustentáveis, o governo pressiona pelo avanço da pesquisa e possível exploração de petróleo na Margem Equatorial, um dos biomas mais sensíveis do Brasil.

O presidente rebateu as críticas e enfatizou que a exploração só acontecerá se houver segurança ambiental garantida.

"A gente tem que agir com muita responsabilidade. Não quero que a exploração de petróleo venha a causar qualquer dano ao meio ambiente", disse Lula.

Ele também criticou a demora do Ibama em conceder a licença para que a Petrobras realize a pesquisa e chegou a sugerir que o órgão age contra o governo:

"O Ibama é um órgão do governo e está parecendo que é um órgão contra o governo", afirmou o presidente durante entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá.

Após a declaração, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, respondeu que a decisão sobre a licença segue critérios técnicos e não políticos.

"O presidente nunca me pressionou para isso. Mas de tempos em tempos há empreendimentos emblemáticos que exigem uma resposta da sociedade", declarou Agostinho.

Ibama e Marina Silva reforçam independência técnica

Após as falas de Lula, a ministra Marina Silva publicou uma nota afirmando que não tem influência sobre o licenciamento ambiental, pois trata-se de um processo técnico conduzido pelo Ibama.

"Não cabe a mim, como ministra do Meio Ambiente, exercer qualquer influência sobre essas licenças, do contrário, não seriam técnicas", escreveu Marina.

A ministra reforçou que o Ibama não decide sobre a política energética do Brasil, pois essa responsabilidade cabe ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

"Ibama ou Ministério do Meio Ambiente não têm atribuição para decidir se o Brasil vai ou não explorar combustíveis fósseis na Foz do Amazonas", esclareceu.

Ela também destacou que o Ibama apenas avalia se os projetos atendem aos critérios ambientais previstos na legislação.

"Não dificultamos nem facilitamos processos de licenciamento", concluiu a ministra.

Compromisso com o Senado e prazos para decisão

A defesa da pesquisa é um compromisso de Lula com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que representa o estado onde está localizada a Foz do Amazonas.

Nos bastidores, interlocutores do governo afirmam que a expectativa é que o aval do Ibama saia ainda no primeiro trimestre de 2025.

O governo acredita que, caso as pesquisas confirmem a viabilidade da exploração, o país pode arrecadar até R$ 1 trilhão com a produção de petróleo na Margem Equatorial.

O tema tem gerado pressões internas e externas sobre o governo, com ambientalistas alertando para impactos irreversíveis e setores políticos defendendo o avanço do projeto como alternativa econômica para o Brasil.

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