"Não é possível que numa reunião de países tão importantes, a palavra desigualdade não apareça. O mundo fica cada vez mais desigual, nos aspectos social, econômico, de raça, gênero" (Ricardo Stuckert/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 23 de junho de 2023 às 11h04.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas aos países ricos e ao sistema de governança global em seu discurso na Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global, em Paris. O petista voltou a defender o fim da dolarização, chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro de "fascista" e disse que a União Europeia (UE) "ameaça" o Mercosul com suas demandas para o acordo de livre comércio entre os dois blocos.
Lula, que se sentou ao lado do anfitrião do evento no Palácio Brongniart, Emmanuel Macron, passou grande parte de sua fala afirmando que de nada adianta discutir a transição verde e o aquecimento global sem resolver paralelamente a pobreza e desigualdade. A cúpula organizada pelo Eliseu tinha por fim "repensar a arquitetura do sistema financeiro global" e facilitar o financiamento para que as nações em desenvolvimento façam frente ao aquecimento global
"Não é possível que numa reunião de países tão importantes, a palavra desigualdade não apareça. O mundo fica cada vez mais desigual, nos aspectos social, econômico, de raça, gênero" — disse Lula
O presidente voltou a criticar o adendo enviado pela União Europeia com exigências ambientais no âmbito do acordo de livre comércio do Mercosul:
"Estou doido para fazer um acordo com a UE, mas não é possível a carta adicional que foi feita pela UE não permite que se faça um acordo — disse Lula, afirmando que a resposta está sendo feita, mas que é necessário começar a discutir. — Não é possível que a gente tenha uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico. Como vamos resolver isso