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Lula diz que corrupção na Petrobras foi susto para ele

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que as denúncias de corrupção na Petrobras foram um susto para ele e para todo mundo


	Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "foi um susto pra mim e pro mundo. Me parece que a história dessa quadrilha não é nova, é muito antiga"
 (Nacho Doce/Reuters)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "foi um susto pra mim e pro mundo. Me parece que a história dessa quadrilha não é nova, é muito antiga" (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2015 às 21h35.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que as denúncias de corrupção na Petrobras foram um susto para ele, assim como para todo mundo.

"Foi um susto pra mim e pro mundo. Me parece que a história dessa quadrilha não é nova, é muito antiga. As pessoas que estão participando dessa quadrilha têm mais de 30 anos de Petrobras. São pessoas que entraram na Petrobras nem no governo Fernando Henrique Cardoso nem no meu, entraram nos anos 1970, 1980, e muitos técnicos muito competentes", afirmou em entrevista exibida nesta noite.

Lula voltou a alegar que foi o presidente que mais visitou a Petrobras e que não tinha qualquer informação sobre desvios.

"Seria importante que o Ministério Público soubesse, que a Polícia Federal soubesse, que a imprensa soubesse, porque eu fui o presidente que mais fui à Petrobras, que mais inaugurou plataforma, navio, que mais fez discurso na Petrobras (e não sabia)", afirmou e destacou ter participado do momento histórico da abertura de capital da Petrobras - argumentando que quem investiu na Petrobras e perdeu dinheiro vai recuperar.

"Quem investir na Petrobras só tem a ganhar, é uma empresa com o futuro garantido."

Sobre as suspeitas de envolvimento de petistas em corrupção, Lula voltou a dizer que o problema está no sistema de arrecadação que afeta todos os partidos, argumentando que não há cofre limpo de uma legenda e cofre sujo de outra.

"Espero que um dia Deus, vendo tudo que está acontecendo no Brasil, carimbe na testa das pessoas o que ela vai ser, se vai ser ladrão, se não vai ser, se vai ser honesto, porque, veja, você não sabe."

O petista ressaltou que, por isso, seu partido combate o financiamento empresarial de campanha. E alertou que, a seu ver, uma reforma política de fato não tem como ser aprovada se não por uma constituinte exclusiva.

O ex-presidente também reafirmou que as instituições e as investigações ganharam independência desde o seu governo e que isso é positivo para toda a sociedade, para que todos respondam às mesmas regras, da população comum ao presidente da República e seus ministros.

Lula criticou novamente os vazamentos seletivos e reafirmou sua honestidade.

"Só tenho um valor na vida, que é a vergonha na cara aprendida com minha mãe analfabeta. Não tem um empresário que diga um dia que conversou comigo que não fosse uma coisa que não pudesse ser concretizada em qualquer lugar do planeta."

Filhos

Lula falou sobre as suspeitas envolvendo seus filhos. Sobre Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o ex-presidente destacou que não recaem mais suspeitas e se disse feliz pela errata feita pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

O colunista havia informado que Lulinha tinha sido citado em delação de Fernando Baiano - considerado operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras -, o que se mostrou uma notícia falsa.

"Esse moleque é vítima da maior quantidade de mentiras neste País", disse sobre seu filho Fabio.

Já sobre Luís Cláudio, investigado por suposta participação em venda de medidas provisórias pela Operação Zelotes, Lula defendeu que haja investigação transparente.

"Meu filho tem que provar que fez a coisa certa, e é importante que seja pra ele provar mesmo, porque se não provar ele está subordinado à mesma Constituição que eu estou. É chato? É. Mas é bom."

2018

Na entrevista, Lula falou rapidamente de sua possível volta ao cenário político, com virtual candidatura em 2018.

Ele reafirmou que não gostaria de ser candidato e que só retornará se o projeto construído pelo PT estiver ameaçado.

"Espero que o Brasil evolua tanto que eu não precise voltar. A única condição para eu voltar é se alguém apresentar um projeto de governança que destrua tudo o que nós construímos", afirmou.

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