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Lula diz que conversará com Lira e descarta reforma ministerial: ‘não tem mais cargo’

Presidente afirma que governo precisa cumprir acordos, após cobrança do presidente da Câmara

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 13h21.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que deve conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nos próximos dias para alinhar a relação do parlamento com o Palácio do Planalto, mas que o ajuste não passa por uma nova reforma ministerial nem por mais cargos, e sim por "fazer o que está determinado".

Lira tem feito cobranças públicas ao governo e cortou relações com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Lula, no entanto, afirmou que não acompanhou o discurso do presidente da Câmara, mas que imaginou que ele falaria que era preciso "repartir o orçamento com o povo". Em seguida, o presidente afirmou que Lira tem razão em cobrar o cumprimento de acordos pelo governo. E disse que não é momento de discurso "duro".

— Agora, o que eu acho que o Lira pode ter razão: é se o governo fez acordo, dentro do Congresso Nacional ou através do ministro das Relações Institucionais ou através do ministro da Fazenda, fez algum acordo, a gente tem que cumprir. Porque quando você não cumpre o acordo feito, o resultado é que vai ficar mais caro — afirmou em entrevista à rádio Itatiaia.

'Mais calmo' depois do carnaval

O presidente ainda afirmou que deve conversar com Lira nos próximos dias e que esperava que a classe política brasileira voltasse mais calma do feriado de Carnaval:

— Eu devo conversar com o presidente Lira por esses dias e ver o que está acontecendo. Estamos chegando no Carnaval, não é momento de discurso duro. É momento de alegria, da gente relaxar um pouco, dançar, gastar um pouco de energia e voltar mais calmo depois do Carnaval. É isso que eu espero. De mim, do Lira, do Pacheco e da classe política brasileira.

A declaração de Lira sobre o Orçamento foi uma resposta aos vetos feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao que havia sido aprovado pelo Congresso no ano passado. Ao sancionar a Lei Orçamentária Anual (LOA), no mês passado, Lula cortou R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão, uma das modalidades de indicação dos congressistas. Parlamentares ameaçam derrubar a decisão do presidente para recompor os valores.

'Orçamento está aprovado'

Lula, no entanto, afirmou que o Congresso Nacional sabe que o governo tem cumprido os acordos estabelecidos e defendeu o seu veto às emendas. O presidente afirmou que não poderia pagar emendas "com o dinheiro que não tem" e que todos os parlamentares têm consciência disso.

O presidente ainda afirmou que o ajuste da relação com o Congresso Nacional não passará por mais cargos nem por uma nova reforma ministerial.

— Não tem reforma ministerial e não tem mais cargo. Passa por a gente fazer o que está determinado. O orçamento está aprovado.

Lula disse que foi foi obrigado a vetar porque “colocaram alguns milhões a mais”.

— Fui obrigado a vetar porque a inflação comeu no primeiro dia 4,5 bilhões da receita do governo federal. Então eu não posso também nem gastar o que eu não tenho e nem pagar emenda com o dinheiro que eu não tenho. E todo mundo é esperto e sabe disso. Ali na Câmara o menos sabido coloca uma linha na agulha com luva de boxe. Ali não tem ninguém que não sabe. Então, é só utilizar a inteligência da gente para fazer as coisas corretas e não permitir que nenhum lado erre muito.

Nesta segunda-feira, o deputado afirmou que "errará" quem apostar na omissão do Congresso por causa do ano eleitoral, disse que parlamentares não são meros carimbadores de decisões do Executivo e cobrou "cumprimento de acordos" por parte do governo. Lira ainda elevou a tensão na queda de braço pelo controle do Orçamento ao dizer que a peça orçamentária "pertence a todos e não apenas ao Executivo"

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