Lula: o ex-presidente brasileiro denunciou também um "desmonte das políticas dos governos Kirchner na Argentina" (Paulo Whitaker/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de novembro de 2017 às 17h32.
Montevidéu - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que os países da América Latina já derrotaram o neoliberalismo no passado e que voltarão a fazer isso, em uma mensagem de voz que foi divulgada nesta quinta-feira em Montevidéu durante uma grande passeata pela democracia.
"Em todos nossos países já derrotamos uma vez o projeto neoliberal e não tenho dúvida que seremos capazes de derrotá-lo novamente", declarou Lula, que em um primeiro momento tinha confirmado presença no "Encontro Continental pela Democracia e Contra o Neoliberalismo", que acontece hoje na capital uruguaia, mas acabou cancelando a visita dias atrás.
"Seguiremos combatendo no Brasil, no Uruguai e em toda América Latina, fortalecidos pela magnífica mobilização", acrescentou o ex-presidente.
Lula destacou que os países da América Latina lutaram juntos "para derrotar as ditaduras militares do continente" e "os desastrosos governos neoliberais das décadas de 80 e 90", e que conseguiram vencê-los.
"Movimentos sindicais, movimentos sociais e partidos progressistas foram construindo as grandes vitórias populares da última década. Os governos progressistas da região, em estreita sintonia com os movimentos populares, resolveram promover grandes transformações econômicas, sociais e culturais conquistando uma dignidade inédita para nossos povos", completou.
Lula comentou que a América Latina "passou a falar com uma só voz soberana e democrática" no mundo e que, por isso, "poderosos interesses de estrangeiros" têm se voltado agora contra eles.
Nesse sentido, disse que o Brasil viveu "um violento golpe contra a democracia" com a destituição no ano passado da ex-presidente Dilma Rousseff, e que o PT e as forças políticas do movimento de esquerda do país sofrem uma "perseguição sistemática".
O ex-presidente brasileiro denunciou também um "desmonte das políticas dos governos Kirchner na Argentina" e um "sítio brutal ao povo e ao governo venezuelano", que "mostrou que as velhas e novas caras do neoliberalismo exigem uma forte resistência".
"O mesmo vale para os tremendos ataques de direitistas e reacionários do Uruguai, do Equador e da Bolívia, entre outros", continuou.
Por tudo isso, indicou que as "lutas que o movimento sindical e os movimentos sociais são absolutamente necessárias contra o neoliberalismo, as forças conservadoras nacionais e contra o retrocesso".
"Em defesa da nossa soberania e de formas autônomas, participativas e solidárias de integração não permitiremos que o autoritarismo volte a prevalecer no continente", concluiu Lula.