Lula: o ex-presidente comentou que não esperava outro resultado no julgamento (Leonardo Benassatto/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de janeiro de 2018 às 21h35.
São Paulo - Apesar da condenação em 2ª instância, proferida na tarde desta quarta-feira, 24, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou que pretende ser candidato à Presidência da República nas eleições gerais de outubro.
"Eu nem precisava voltar, já estava aprovado, mas agora percebo que eles estão fazendo isso para evitar que eu seja candidato", afirmou. "Esta provocação é de tal envergadura que me deu uma coceirinha. Agora, eu quero ser candidato à Presidência da República", declarou o ex-mandatário, em ato realizado na Praça da República por movimentos populares e sindicais.
A decisão de hoje do TRF-4, reclamou o ex-presidente, foi baseada em mentiras. "Quero que peçam desculpas pela quantidade de mentiras sobre mim. Fui condenado por um apartamento que não é meu", disse Lula, que voltou a desafiar membros do Ministério Público Federal e da Justiça a apresentar provas contra ele. "Se cometi um crime, me apresentem este crime que eu desisto da candidatura. Este processo está subordinado à grande mídia", afirmou.
O ex-presidente comentou que não esperava outro resultado no julgamento do recurso que não a confirmação da condenação.
"Nunca tive ilusão com a decisão do Tribunal. Houve um pacto para acabar com o PT, pois eles não suportavam a ascensão social", argumentou Lula, citando política implementadas durante a gestão petista, como o Financiamento Estudantil (Fies), Minha Casa Minha Vida e a ampliação do acesso ao crédito por bancos públicos. Lula também citou a atuação diplomática de seu governo, com aumento das relações no Mercosul e com países africanos.
O continente africano, inclusive, é o destino de sua próxima viagem, afirmou Lula. "Amanhã à noite estou embarcando para a Etiópia para debater o combate à fome."