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Lula diz que acusação não pode abaixar cabeça de petista

Áudios dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef detalham um suposto esquema de corrupção na Petrobras


	Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante votação no primeiro turno das eleições
 (Reuters)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante votação no primeiro turno das eleições (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 22h57.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira que as denúncias de corrupção não podem abaixar a cabeça dos petistas, após a divulgação dos áudios dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef detalhando um suposto esquema de corrupção na estatal.

"Toda eleição é a mesma história. Eles começam a levantar denúncias e, com denúncias, não precisam provar nada, só insinuar. Acusação de corrupção não pode abaixar cabeça de petista", disse o ex-presidente na quadra do sindicato dos bancários no centro de São Paulo. "Toda eleição é a mesma coisa, já estou de saco cheio", acrescentou.

Costa e Youssef afirmaram em depoimentos à Justiça, no âmbito de um processo de delação premiada, que "grandes empresas" eram contratadas pela Petrobras com sobrepreço de, em média, 3 por cento, e que esses recursos eram repassados a integrantes de PT, PP e PMDB. O doleiro e o ex-diretor também ficariam com parte dos recursos.

Lula também comentou declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, que afirmou que os eleitores do PT são menos informados.

As declarações de Fernando Henrique viraram tema do primeiro programa da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, no segundo turno da campanha, em que ela enfrenta o tucano Aécio Neves.

"É cultura deles, não é pensamento só do Fernando Henrique. O que eles não sabem é que quem não vota neles não é burro... O que esse povo não gosta é que pobre agora anda de cabeça erguida", disparou Lula.

"Votar na Dilma é botar fim no preconceito da elite", acrescentou. "Não é a Dilma que quer ser candidata a presidente, nós que precisamos dela para não haver retrocesso. O que deixa eles mais nervosos é que fizemos mais pela educação em 12 anos do que eles em cem."

Ao cumprimentar os candidatos derrotados do PT em São Paulo Alexandre Padilha, a governador, e Eduardo Suplicy, ao Senado, Lula disse que o partido precisa entender o que aconteceu de errado no Estado, onde o PT perdeu em regiões historicamente ligadas ao partido.

"Precisamos encarar esse problema de frente, temos história na periferia e no interior (de São Paulo). Faltou política, debate com diferenciação", disse Lula.

"Não podemos admitir que um tucano nos chame de corruptos."

Pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas na noite desta quinta mostraram Aécio à frente de Dilma na preferência do eleitorado. De acordo com os dois institutos, o tucano tem 51 por cento dos votos válidos, contra 49 por cento da petista.

Lula fez eco ao primeiro programa de Dilma no horário eleitoral obrigatório do segundo turno, que foi transmitido na quadra dos bancários para os militantes petistas, e lembrou os problemas enfrentados pela economia no período de Fernando Henrique.

O ex-presidente disse que as ideias tucanas quebraram o país três vezes e são "travestidas de nova". Ele também afirmou que nos governos do PSDB o Fundo Monetário Internacional (FMI) dava palpite na economia, o sistema financeiro queria ganhar sem investir na produção, a educação era privilégio da elite e o desemprego fazia parte da situação normal. 

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