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'Cada macaco no seu galho', diz Lula sobre ação no STF contra derrubado do IOF

Em meio a crise, presidente diz que Justiça é único caminho para resolução

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa. Palácio do Planalto, Brasília - DF.

Foto: Ricardo Stuckert / PR (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva durante coletiva de imprensa. Palácio do Planalto, Brasília - DF. 
Foto: Ricardo Stuckert / PR (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Publicado em 2 de julho de 2025 às 09h53.

Última atualização em 2 de julho de 2025 às 10h12.

Nesta quarta, 2, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justificou sua decisão de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o Congresso Nacional derrubar os decretos presidenciais que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia, Lula afirmou que a medida é necessária para garantir que ele possa seguir governando o país.

"O presidente tem que governar o país, e decreto é coisa do presidente. Você pode ter um decreto legislativo quando há inconstitucionalidade. O governo tem o direito de propor ajustes no IOF, sim. Estamos propondo um reajuste tributário para beneficiar os mais pobres. O dado concreto é que os interesses de poucos prevaleceram na Câmara e no Senado, o que é um absurdo", declarou Lula.

Na sequência, o presidente disse que, diante da falta de consenso político, cabe ao Judiciário dar a palavra final:

"Sou agradecido ao Congresso, mas, se eu não recorrer à Suprema Corte, não consigo governar. Cada macaco no seu galho: eles legislam, eu governo. (...) O erro foi descumprir um acordo fechado num domingo na casa do Hugo Motta. Na terça-feira, o presidente da Câmara tomou uma decisão absurda. Eles têm seu direito, e eu tenho o meu. Quando não nos entendemos, a Justiça resolve".

As declarações ocorrem em meio a um clima de tensão entre Executivo e Legislativo. Na terça-feira, o Planalto oficializou a judicialização para contestar a decisão do Congresso, aprofundando o mal-estar entre os dois Poderes.

Apesar da crise, Lula destacou feitos de sua gestão e reconheceu que ainda há muito por fazer:

"Eu sei que a gente ainda não fez tudo, mas sempre vai ter o que fazer pelo Brasil. Temos o menor índice de desemprego, a melhor massa salarial, e a extrema pobreza caiu para o menor nível da história..."

O presidente está na Bahia para participar das comemorações do Dois de Julho, data que marca a expulsão das tropas portuguesas e simboliza a consolidação da independência no Brasil.

Na véspera, ele enviou ao Congresso um decreto para instituir a celebração como o “Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil”.

"Não entra como feriado porque acho que o Brasil já tem feriado demais. Já é feriado na Bahia (...) mas o povo não sabe o que é o Dois de Julho. Pensa que é festa junina. É uma festa da bravura", disse Lula.

*Com O Globo. 

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