Ex-presidente Lula em palestra: ao jornal La Nación, ele disse não temer ser julgado por conta do escândalo (Edgard Garrido/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 19h50.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou estar preocupado com o julgamento do mensalão e disse, em entrevista ao jornal argentino La Nación, já ter sido julgado pela população brasileira com a eleição de sua afilhada política Dilma Rousseff para presidente e com a alta taxa de aprovação que deixou o governo.
Na entrevista, publicada nesta quinta-feira, Lula se recusou a comentar o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).
"Um ex-presidente não pode estar opinando sobre a Suprema Corte. Principalmente quando o processo está em andamento", disse Lula ao jornal, acrescentando que expressará sua opinião sobre o caso após o término da análise da ação penal pela Corte.
No julgamento do mensalão, já foram condenados por corrupção ativa o ministro-chefe da Casa Civil no início do governo Lula, José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, e o então tesoureiro da legenda, Delúbio Soares.
Nesta quinta, o trio foi considerado culpado pelo relator do caso, ministro Joaquim Barbosa, pelo crime de formação de quadrilha.
Lula, que à época do escândalo em 2005 afirmou não ter conhecimento do esquema, chegando a dizer que foi "traído", ficou de fora da denúncia do Ministério Público Federal sobre o caso.
Ao jornal La Nación, ele disse não temer ser julgado por conta do escândalo.
"Eu já fui julgado. A eleição de Dilma foi um julgamento extraordinário. Um presidente com oito anos de mandato sair com 87 por cento de aprovação é um tremendo julgamento, e eu não me preocupo com nada", disse.