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Lula diz que dívida pública de MG tornou ex-governador do PT um 'fracasso' e volta a criticar Zema

Em entrevista à 'FM O Tempo', presidente rebateu vice-governador e diz que comunicou interesse do Palácio do Planalto em resolver a renegociação

Agência o Globo
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Publicado em 28 de junho de 2024 às 09h55.

Última atualização em 28 de junho de 2024 às 09h55.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta sexta-feira, 28, que a dívida pública de Minas Gerais, hoje avaliada em R$ 170 bilhões, tornou o mandato do ex-governador do PT, Fernando Pimentel (2015-2019) um "fracasso". Segundo o chefe do Executivo, o atual governador, Romeu Zema (Novo), usufrui de uma liminar concedida ao petista para não pagar o montante devido à União Federal.

"A dívida Minas Gerais levou o Pimentel a ser um governante que teve um fracasso muito grande porque ele teve que pagar uma dívida e quando ganhou o processo no final do mandato, o Zema que tirou proveito disso porque o Pimentel passou quatro anos sem pagar funcionário público, fornecedores, porque tinha que pagar o governo federal. Quando a ministra Rosa Weber deu a liminar, o Pimentel não usufrui disso, quem usufrui o Zema que faz seis anos que não paga a dívida, que chega a R$ 170 bilhões de reais", disse Lula em entrevista ao programa 'Café com Política', da 'FM O Tempo'.

A liminar mencionada pelo presidente expira no próximo dia 13, após duas prorrogações conseguidas pelo governo de Minas apenas neste ano. Em seguida, Lula, rebateu uma fala do vice-governador, Mateus Simões (Novo), que disse em vídeo nas redes sociais que não teve a chance de conversar com o presidente.

"Eu conversei com o vice, ele sentou na mesma fila de cadeiras que cheguei. Conversei com ele na chegada e na saída e ainda procurei ele para dizer para o governador que estamos cuidando da dívida. Obviamente que gostaria que os governadores estivessem presentes. Eu nunca deixei de convidar o governador. Eu respeito ir ou não ir. Mas porque é importante estar presente? É uma demonstração para a sociedade que essa gente está tentando resolver os problemas desse país".

Sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula voltou a criticar seu antecessor.

"O que nós fizemos em um ano em Minas Gerais de recuperação de estradas estragadas foi quatro vezes mais que no governo passado porque no governo passado era só lero lero, só xingamento, fake news, desaforo, ofensa. Ofendia mulher xingamento, Supremo Corte, a mulher do Macron".

A entrevista ocorre em meio à passagem de Lula por Minas Gerais. O presidente chegou ao estado nesta quinta-feira, quando foi recebido pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) e teve agenda em Contagem.

Nesta sexta-feira, fará anúncios para saúde e educação em Belo Horizonte e, na parte da tarde, estará em Juiz de Fora. Os eventos ocorrem sem a presença do governador, Romeu Zema (Novo), que recusou o convite do governo federal por estar no Norte do estado.

Tensão em BH

Lula está em Minas Gerais em meio a um desconforto na corrida eleitoral, na qual o prefeito Fuad é pré-candidato à reeleição e disputa o apoio do presidente com nomes da esquerda — os deputados federais Rogerio Correia (PT) e Duda Salabert (PDT).

Entre os três, apenas Rogerio Correia acompanha Lula em suas agendas. Apesar de ter recebido o presidente no aeroporto, Fuad decidiu não comparecer hoje pelo evento não ter conexão com a prefeitura. Articuladores apontam que ele não queria "ficar de figuração".

Em meio ao racha, o presidente vem sendo pressionado pelos partidos a não entrar na campanha de Rogério Correia. Inicialmente, a agenda de Lula não envolvia uma ida à Belo Horizonte, o que havia agradado o PSD. Nesta quinta-feira, em entrevista ao jornal "O Tempo", o chefe do Executivo acalmou os ânimos dos aliados ao dizer que não irá se envolver por enquanto.

"Acho que temos que esperar ainda para ver como vai se consolidar a disputa eleitoral, as candidaturas e alianças. Eu, como presidente, não quero entrar em disputas entre candidatos da base, do campo democrático".

Nos bastidores, especula-se sobre uma aliança que envolva Rogério Correia e Fuad Noman. Ao GLOBO, o presidente do PSD no estado, o deputado Cassio Soares, garante que é uma possibilidade, mas critica o parlamentar petista.

"Quem determina o caminho é o presidente Lula, que já demonstrou vontade de apoiar a candidatura do prefeito, mas há uma ressalva à postura do Rogério de agressão a um político que apoiou Lula".

Mesmo sendo alvo de críticas, Fuad levantou bandeira branca para o deputado nesta semana. Em agenda no antigo terreno do Aeroporto Carlos Prates, o prefeito compartilhou o mérito da concessão à União Federal com ele.

"Estivemos várias vezes com a União, eu e o deputado. Muito obrigado, deputado, pelo trabalho", disse.

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