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Lula discute com aliados possibilidade de assinar carta pró-democracia

O tópico tem sido discutido pelo comando da campanha do ex-presidente, que até agora não quis aderir ao manifesto para não partidarizar o debate, segundo tem dito a aliados

Lula: Nesta semana, o candidato a vice na chapa com Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), também assinou (Buda Mendes/Getty Images)

Lula: Nesta semana, o candidato a vice na chapa com Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), também assinou (Buda Mendes/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de agosto de 2022 às 08h02.

Última atualização em 3 de agosto de 2022 às 08h19.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode assinar, nos próximos dias, a carta em defesa da democracia divulgada na semana passada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O tópico tem sido discutido pelo comando da campanha do ex-presidente, que até agora não quis aderir ao manifesto para não partidarizar o debate, segundo tem dito a aliados.

O fato de candidatos à Presidência de outros partidos terem assinado a carta fez com que nomes próximos a Lula passassem a defender a ideia de que o ex-presidente também subscreva o texto. Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante) e Luiz Felipe d'Avila (Novo) assinaram o manifesto que foi idealizado por juristas e ganhou força após a adesão de empresários, artistas e outras personalidades.

Nesta semana, o candidato a vice na chapa com Lula, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), também assinou. Outros petistas são signatários da carta, como o deputado federal e coordenador de comunicação da campanha do ex-presidente, Rui Falcão.

A avaliação inicial dos aliados de Lula era de que qualquer aproximação do ex-presidente com o movimento poderia fazer com que o ato programado para o dia 11 de agosto fosse considerado partidário e favorável ao PT. Lula parabenizou os organizadores da iniciativa publicamente, mas não assinou a carta até o momento. Para os petistas, quanto menor a identificação do evento com o ex-presidente, maiores as chances de haver uma ampla mobilização da sociedade -- o que, por si só, é considerado vantajoso para a campanha do PT.

O cenário mudou com a dimensão ganhada pelo manifesto, avaliam os petistas, e especialmente com a adesão de outros candidatos.

"Lula não precisa assinar manifesto para demonstrar compromisso com a democracia, mas, se o fizer, fará no momento certo, respeitando a autonomia e o suprapartidarismo da iniciativa", afirma um dos principais aliados do ex-presidente, Marco Aurélio Carvalho. Como coordenador do grupo Prerrogativas, Carvalho tem ajudado a articular adesões ao manifesto.

Na próxima terça-feira, 3, Lula participará de evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A entidade tem liderado a adesão de apoio a um outro texto de defesa da democracia, para ser divulgado também nos atos do dia 11 de agosto na Faculdade de Direito da USP. Lula deve ser convidado pelo presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, a assinar o texto que foi elaborado pela entidade -- que tem a mesma mensagem, mas é um documento diferente da carta aos brasileiros que conta com quase 700 mil assinaturas.

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