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Lula determina que líderes do governo cobrem votos de ministros do centrão

Reunião com núcleo de articulação política do governo foi realizada após a série de derrotas em votações no Congresso na semana passada

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 3 de junho de 2024 às 20h05.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou nesta segunda-feira aos líderes do governo passem a cobrar os ministros de partidos do centrão os votos para os projetos que tramitarem no Congresso. O assunto foi um dos temas da reunião com núcleo de articulação política do governo, realizada após a série de derrotas em votações no Legislativo na semana passada.

A ideia é que José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Jaques Wagner (PT-BA), líder no Senado, participem junto com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, da articulação junto com os representantes de partidos como PP, União Brasil Republicanos, PSD e MDB na Esplanada. O trio deve mapear antecipadamente quantos votos os ministros dessas legendas garantem em cada votação.

Lula também pediu que articulação não abrisse mão de acioná-lo quando for mais necessário, para que ele próprio também faça conversas com ministros da base.

Depois das derrotas da semana passada no Congresso, Lula decidiu passar a fazer semanalmente às segundas-feiras reuniões com o núcleo político do governo para discutir os temas que serão tratados que estão na pauta do Legislativo.

Na semana passada, a exemplo do que ocorrera em outras votações de interesse do Palácio do Planalto, a vontade de Lula foi contrariada com o apoio de parlamentares de partidos com assento na Esplanada dos Ministérios. No caso das “saidinhas”, 314 deputados votaram para anular o veto do presidente, e 126 para mantê-lo. Do total pela derrubada, metade foi de partidos da aliança petista. Entre os senadores, o placar foi de 52 a 11 contra o veto. Para derrubar a decisão presidencial eram necessários 257 votos na Câmara e 41 no Senado.

Em relação aos vetos feitos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro que impediram a criminalização das fake news eleitorais, o retrato foi parecido: dos 317 votos a favor da manutenção do veto que travou a criação do crime de “comunicação enganosa em massa” no contexto eleitoral, 193 (61%) vieram de partidos com ministros. No União Brasil, por exemplo, que indicou três auxiliares diretos de Lula, houve 51 votos contra o governo e apenas um alinhado.

Lula também orientou que as críticas ao governo fossem feitas no espaço dessa reunião e pediu que não haja lavação de roupa suja de auxiliares na imprensa.

Presidente disse que nos próximos encontros quer a presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos estão em viagens internacionais nesta semana: Costa embarcou para China e Haddad para Roma.

De acordo com presentes, na conversa Lula pediu mais empenho, especialmente nos ministros petistas, na defesa do governo. Pediu que ocupassem mais espaços para falar das ações do governo, seja na mídia ou em eventos públicos.

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