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Lula critica orçamento secreto em discurso na Bahia

O petista participou de um ato político em Salvador (BA), que celebrou o Dia da Independência do Estado

Former President (2003-2010) Luiz Inacio Lula da Silva attends the launch of his government program guidelines, with representatives of political parties that support his presidential campaign for the October elections, in Sao Paulo, Brazil, on June 21, 2022. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP) (Photo by  via Getty Images) (NELSON ALMEIDA/AFP/Getty Images)

Former President (2003-2010) Luiz Inacio Lula da Silva attends the launch of his government program guidelines, with representatives of political parties that support his presidential campaign for the October elections, in Sao Paulo, Brazil, on June 21, 2022. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP) (Photo by via Getty Images) (NELSON ALMEIDA/AFP/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de julho de 2022 às 17h47.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato ao Palácio do Planalto, voltou a criticar neste sábado, 2, o orçamento secreto e sugeriu que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que concede uma série de benefícios sociais às vésperas da eleição não dará votos ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na Bahia. O petista participou de um ato político em Salvador (BA), que celebrou o Dia da Independência do Estado.

"Nós precisamos eleger uma grande bancada no Senado e nós precisamos eleger uma grande bancada na Câmara, porque, se a gente não tiver muitos deputados e a gente não acabar com o orçamento secreto, será muito difícil eu e o Alckmin fazermos o que nós precisamos fazer neste País", declarou Lula.

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O ex-presidente costuma dizer que vai acabar com as emendas de relator, mecanismo central do orçamento secreto. No entanto, num movimento do Congresso para manter controle sobre a destinação de recursos, foi aprovado nesta semana, na Comissão Mista de Orçamento (CMO), o relatório final da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 com um dispositivo que torna as emendas de relator impositivas, ou seja, obrigatórias.

Revelado pelo Estadão no ano passado, o orçamento secreto é usado pelo governo Bolsonaro e seus aliados no Congresso para distribuir verbas sem transparência e critérios como forma de conseguir apoio para votações no plenário.

PEC Eleitoral

Lula afirmou que os beneficiários da Proposta de Emenda à Constituição que turbina gastos do governo federal e distribui R$ 41,2 bilhões antes das eleições deveriam "pegar todo o dinheiro" e não votar no presidente Jair Bolsonaro (PL) em outubro.

"Eu queria dizer para ele (Bolsonaro) o que o povo baiano está dizendo para ele: 'Bolsonaro, aprove as suas leis, porque a gente vai pegar todo o dinheiro que você mandar, mas a gente não vai votar em você. A gente vai votar em outras pessoas'. Porque o dinheiro que ele está dando agora é só até dezembro", afirmou o petista em discurso nos festejos da Independência do Brasil na Bahia, em Salvador.

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A festa de 2 de julho é um tradicional termômetro da popularidade para candidatos em ano eleitoral. Além do petista, outros três presidenciáveis participaram de atos em Salvador, a poucos quilômetros uns dos outros.

Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) participaram da tradicional Caminhada do Largo da Lapinha e se encontraram no trajeto, saudando a democracia e o respeito durante as eleições. Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, participou de uma motociata pelas ruas da orla de Salvador, além de criticar governadores do Nordeste por serem contra o teto do ICMS.

Aprovada na quinta-feira, 30, com amplo apoio da oposição no Senado, inclusive a bancada do PT - apenas o senador José Serra (PSDB-SP) votou contra -, a PEC mencionada por Lula foi a resposta do governo federal à disparada dos combustíveis. O texto prevê auxílio-gasolina de R$ 200 por mês a taxistas, destinação de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, um aumento no Bolsa Família de R$ 400 para R$ 600 até o final do ano e uma "bolsa-caminhoneiro" de R$ 1 mil por mês.

Segundo apuração do Estadão/Broadcast, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que anteriormente havia batizado a Emenda de "PEC Kamikaze", deu aval às medidas, em articulação que envolveu o senador Flávio Bolsonaro, líder do PL no Senado, e o próprio presidente da República.

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