Brasil

Lula critica ódio da política e recebe bênção de frei nesta segunda-feira

Candidato se reuniu como religiosos em evento em São Paulo e falou sobre eventuais mudanças em políticas públicas caso seja eleito

Former President (2003-2010) Luiz Inacio Lula da Silva attends the launch of his government program guidelines, with representatives of political parties that support his presidential campaign for the October elections, in Sao Paulo, Brazil, on June 21, 2022. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP) (Photo by  via Getty Images) (NELSON ALMEIDA/AFP/Getty Images)

Former President (2003-2010) Luiz Inacio Lula da Silva attends the launch of his government program guidelines, with representatives of political parties that support his presidential campaign for the October elections, in Sao Paulo, Brazil, on June 21, 2022. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP) (Photo by via Getty Images) (NELSON ALMEIDA/AFP/Getty Images)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 17 de outubro de 2022 às 20h24.

O candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira, 17, em São Paulo, com religiosos cristãos católicos durante atividade de campanha à tarde. Em sua fala, o petista mencionou a divisão causada no país pelas divergências políticas e citou ataques recentes sofridos por padres durante a realização de missas.

"Eu nunca tinha visto o Brasil tomado pelo ódio, como uma parte da sociedade brasileira está hoje. Eu tenho lido notícias de padres atacados durante a missa porque estão falando da fome, da pobreza e da democracia. Eles são sendo atacados por pessoas que sempre conviveram com a gente e a gente não sabia que essa pessoa tinha tanto ódio dentro dela", disse.

Lula criticou o que chamou de "direta raivosa", que tem ampliado sua influência na política não apenas no Brasil, mas em muitos países. "Estamos vendo a direita ganhar espaço em muitos lugares, uma direita raivosa. Pessoas que não conhecem a palavra democracia, a palavra respeito".

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Reformulação de políticas públicas

O candidato afirmou que, se eleito, retomará a realização das conferências setoriais, com ampla participação social, para a formulação de políticas públicas. Ele destacou que mais de 70 conferências nacionais foram realizadas durante a gestão petista no governo federal.

"Eu tenho a experiência de que, só tem sentido eu estar nessa disputa, se a gente tiver como obrigação que o povo decida as políticas que o governo vai colocar em prática nesse país", afirmou.

Pela manhã, o ex-presidente fez uma caminhada no bairro de São Mateus, na zona leste de São Paulo, com a participação de aliados. Durante o ato de campanha, Lula prometeu que o comércio vai voltar em seu governo. “Nós vamos tomar a atitude de recompor o poder aquisitivo do povo brasileiro”, disse.

Segundo o ex-presidente, o salário mínimo não tem aumento real há pelo menos cinco anos e garantiu que vai retomar a política de valorização do piso nacional. “O salário mínimo é ganho por 36 milhões [de pessoas], dos quais 22 milhões são aposentados”, disse. “O salário mínimo não aumenta, prejudicando as pessoas que recebem pensão e aposentadoria e que estão há cinco anos sem receber o reajuste”.

Bênção de religiosos

Lula recebeu uma bênção do Frei Davi em ato com católicos em São Paulo. Com a imagem de Nossa Senhora Aparecida nas mãos, Frei Davi pediu que a santa "abra os caminhos" e proteja Lula e seu candidato a vice, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB).

O frei também deu uma bênção a Lúcia França (PSB), candidata a vice-governadora de São Paulo, com críticas ao adversário Tarcísio de Freitas (Republicanos). O cabeça de chapa, Fernando Haddad (PT), deixou o evento pouco antes para participar do Roda Viva nesta noite.

"Mãe Querida, Lúcia e Haddad vão enfrentar candidato laranja. Não pode isso, Mãe Querida. E além de ser laranja, é candidato que está envolvido no Orçamento Secreto. Não pode isso, Mãe querida", afirmou o Frei.

Lula, que tem repetido que não quer usar igrejas para conquistas eleitores, afirmou no evento que não estava pedindo votos. O ex-presidente recebeu nesta segunda-feira apoio de cerca de 200 religiosos católicos, entre padres, freiras, frades e outros, em evento que teve discursos e músicas de louvor.

'Congresso mudou para pior'

No mesmo evento, o ex-presidente também afirmou que o Congresso Nacional "mudou para pior". Em 2 de outubro, a população consagrou na eleição de deputados e senadores um Parlamento mais conservador e ligados a pautas que orbitam o bolsonarismo.

"Esperamos para ver se ia mudar para melhor o Congresso e mudou para pior", declarou Lula. "Se olhar para cara do Congresso Nacional, se pensar que todos nós somos maioria, somos minoria lá", acrescentou, ao destacar a discrepância entre representantes do agronegócio e dos sem-terra em Brasília.

Para ele, que voltou a mostrar confiança em sua vitória, 2023 será um ano "muito complicado" com o Orçamento já em tramitação no Congresso e com parlamentares conservadores.

"Estamos vivendo momento difícil, nunca vivi momento como esse no Brasil", afirmou o petista. "Se eu tivesse juízo, não estaria concorrendo à Presidência da República. Eu casei em junho com a Janja e queria fazer viagem para Garanhuns", brincou, em seguida.

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