Brasil

Lula critica meta de inflação rígida em dia de Conselho Monetário Nacional decisivo

A reunião do CMN de hoje vai debater a meta de inflação de 2026 e a possibilidade de trocar o sistema atual de metas de ano-calendário para meta contínua

Lula: o presidente criticou a meta de inflação brasileira, chamada por ele de "rígida" (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

Lula: o presidente criticou a meta de inflação brasileira, chamada por ele de "rígida" (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 29 de junho de 2023 às 10h46.

Apesar de dizer que não seria "prudente" comentar a atuação do Conselho Monetário Nacional (CMN) em dia de reunião decisiva do colegiado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quinta-feira, 29, a meta de inflação brasileira, chamada por ele de "rígida".

"Não sei qual a decisão do Conselho Monetário Nacional. Como cidadão brasileiro, acho que o Brasil não precisa de meta de inflação tão rígida sem alcançar. Temos que ter uma meta que a gente alcance. Alcançou, a gente pode reduzir", afirmou o presidente em entrevista à Rádio Gaúcha. "A política monetária tem que ser móvel. Não pode ser fixa e eterna", acrescentou.

A reunião do CMN de hoje vai debater a meta de inflação de 2026 e a possibilidade de trocar o sistema atual de metas de ano-calendário para meta contínua. O colegiado é formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

"Não quero influenciar na decisão do Conselho Monetário Nacional. Eles sabem o que fazer, sabem o que têm que decidir", seguiu o presidente. Lula lembrou que, em 2005, houve um movimento para reduzir a meta de inflação à 3% - meta do ano que vem e 2025 - e ele discordou. "Espero que Haddad e Simone tenham toda a maturidade para tomar a decisão que acharem que devem".

Lula volta a criticar taxa de juros e Campos Neto

Na entrevista, o presidente ainda voltou a criticar a atual taxa de juros e Campos Neto. "O Senado, quando aprovou a autonomia do BC, estabeleceu critérios para ser autônomo. Um dos critérios é cuidar da inflação, outro é cuidar do emprego e do crescimento. Ele (Campos Neto) até agora tem cuidado pouco porque estabeleceu meta que, pelo fato de não atingir, aumentou juro de forma exagerada", disparou. "É preciso reduzir a taxa de juros para que ela fique compatível com a inflação".

Lula também argumentou que o para o dinheiro circular, o juro tem que ser baixo. "Mais importante que política monetária são os 213 milhões de brasileiros", disse o presidente. "O dinheiro tem que circular na mão dos brasileiros para a economia crescer".

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaCMN

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas